15.4.12
DECURSO DE PRAZO
Acordei lua minguando,
gota a gota lavei o rosto,
o espelho refletindo tudo pela metade
graças a Deus você está longe,
graças a Deus te vejo pequeno,
qual migalha de pão,
farinha de rosca que vaza de saco furado,
caroço de uva cuspido no chão
Acabou o tempo das cheias,
da chuva graúda que abria buracos,
deu para mim e desconfio para ti,
deu para nós e pra todo mundo,
Netuno graças a Deus retornou ao fundo do mar,
graças a Deus você liquidificou
Fígado de porco, gema de ovo, picadinho de rim,
ai que saudades do Grafite,
gato fiel, amigo de quatro patas,
enterrado sob a araucária do vizinho,
graças a Deus morreu antes de te conhecer,
graças a Deus não falava sua língua
Minguamos eu, Grafite e a lua,
Você nem percebeu.
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