
Deve ser assim,
dentro da gente mora um anjo.
Transparente,
inodoro,
indulgente.
Sem conflitos,
sem dúvidas,
sem perguntas.
Deve ser assim,
um anjo que não se importa
com o que pensamos
dizemos,
e dizemos-que-pensamos.
Sem meias palavras,
sem piscar de olhos,
sem boca seca.
Deve ser assim
um anjo da guarda.
Mora dentro d’alma
escuta tudo,
não fala nada.
Revela devagar o que sabe,
o que veremos,
e quando preciso
o que esquecemos que vivemos.
Deve ser assim,
silencioso,
quase ausente,
iminente.
Dentro da gente
mora um anjo.
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