21.9.06

ESPELHO MEU


Ontem, depois de sair de um aniversário
onde encontrei pessoas que há muito tempo fazem
parte da minha vida, um pensamento não me sai
mais da cabeça: será que um dia voltaremos a
nos ver e sentir como nos víamos antes dessa
enorme geleira nos separar?

Porque nos amamos. Mesmo que aparentemente
essa afirmação não pareça verdadeira.
O constrangimento incolor que paira no recinto
também é percebido pelos outros.

Os outros são muitos.

Lembrei-me da história da torre de babel.
Há tempos falamos novas línguas,
qualquer uma, contanto que confunda ou provoque
o constrangimento entre nós.

Não fui eu,
Nem você,
Fomos nós outros,
Antes desconhecidos
Agora Estrangeiros.

Eu gostaria muito de não me reconhecer em você.

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