Alcina canta:
“Ah! Mio Cor! Schernito sei
Stelle, Dei! Nume d1amore!
Traditore! T’amo tanto;
Puoi lasciarmi sola in pianto,
Oh Dei! Perché?
Son Regina, è tempo ancora:
Resti, o mora, peni sempre,
O torni a me.
Ah! Mio cor, scc.
Eu bebo, e o vinho empurra goela abaixo
lembranças que a voz triste de Alcina acordou
dentro de mim.
Não são tristes, minhas lembranças.
São amores e antigas paixões que racionalmente ficaram para trás,
mas que de alguma maneira estão para sempre tatuadas na memória.
Gente que cruzou o meu caminho e deixou sua marca, assim
como eu também devo ter deixado a minha.
No início quando ainda não passamos de meras vontades,
somos apenas vontades que encontram vontades.
O tempo, sempre ele, o produto da mistura delas, nos transforma.
Já não tenho certeza se não são tristes as minhas lembranças.
Ou será o efeito do vinho?
O palácio de Alcina será destruído, e junto com ele, ela e seu baú
repleto de poderes encantados.
O amor vencerá, a todo custo ele vencerá, e Alcina, mesmo cantando
o seu pranto comovente não sobreviverá. Sinto pena dela. Coitada.
Não teve tempo de reverter à situação. Alcina desde o início era
só vontade.
“Dopo tante amare pene,
Giá proviam conforto all’alma;
Ogni mal si cangia in bene,
Ed al fin trionfa amor.
Fortunato è questo giorno,
Che ne reca bella calma,
Dell’inganno e insidie a scorno
Già festeggia il nostro cor."
Espero, de coração, que a alma de Alcina consiga encontrar a paz.
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