4.11.06

OS ANOS DE CHUMBO E AS FÉRIAS QUE NÃO TIVEMOS




Gostei do “O ano em que meus pais saíram de férias”.

Excelente roteiro, produção, figurino e fotografia.
Gosto de filmes onde a narrativa é feita através dos olhos
de uma criança. Nesse caso um período ruim da história do
Brasil é contada de forma romântica e leve, sem perder
em intensidade e conteúdo. Os atores mirins são ótimos.
Paulo Autran nos poucos minutos em que aparece, consegue
demonstrar todo o seu talento. Mas o ator que faz o vizinho
judeu que é obrigado a tomar conta do menino me fascinou.
Seu nome é Germano Haiut e eu nunca o vi atuando antes.
Gestos comedidos, olhar de melancolia e peso, consegue
expressar sentimentos sem emitir palavras. Comovente.
O filme pega carona nos bons filmes argentinos.
Nos faz lembrar com tristeza não apenas nos anos
de repressão política que fizeram parte da nossa história, mas
também numa época cheia de esperança.
Éramos pobres e malandros. Hoje somos miseráveis e criminosos.
Éramos esperançosos e acreditávamos num futuro que nada
se parecia com os dias atuais.


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