1.3.10

CLAIR DE LUNE

Hoje se comemora os 200 anos de nascimento do Chopin. Escrevo esse post ao som do 2o concerto para piano de sua autoria transmitido ao vivo de Varsóvia, ao piano o russo Evgeni Kissin (constato que não fui somente eu que engordei e envelheci nos últimos anos, me lembro dele ainda bem magrinho aos 14 ou 15 anos se apresentando em Viena). Maravilha como fundo musical para o que vou contar.

Fui ver a exposição de Turner no Grand Palais. Uma hora e meia de espera na fila em plena quinta feira às quatro e meia da tarde. Valeu a espera e o preço do ingresso. A exposição não se restringe as suas obras, mas o contrapõe a outros pintores que o antecederam e também aos contemporâneos. Assim ao lado de suas telas, você pode ver a evolução ou compará-lo com outros mestres como Van Gogh e até Veronese. Alguns quadros são incrivelmente parecidos, outros você passa a compreender porque Turner é o mestre da luz. Seu pequenino Clair de Lune é um quadro a parte. Você para, olha, vai, volta, olha de novo, descobre novos contornos, e quando sai de perto dele pensa que não o olhou o suficiente. Não sou crítico de arte, gosto e me sensibilizo, e talvez entendidos dirão que estou falando uma grande bobagem, mas em alguns de seus quadros já quase abstratos, cores e formas lembram Chagal, ou melhor, Chagal lembra Turner, até o contorno dos rostos e olhos das figuras poderiam ter sido pintadas por Chagal. Outra surpresa foi encontrar uma obra de Salvatore Rosa ao lado de Turner. Aliás a gente conhece muito pouco desse pintor barroco italiano. E tem tudo a ver quando a gente faz o exercício do antes e depois. A arte é uma evolução constante, os olhos vêem, registram e em algum momento reproduzem o que registraram com uma nova roupagem. Assim como na literatura. Cada vez mais compreendo que o escritor antes de tudo deve ser um leitor apaixonado.

Fui ver The Single Man, filme de Tom Ford, não sei qual o título no Brasil. Recomendo. O filme não é 100% fiel ao livro de Christopher Isherwood, e nem acho que deveria ser. Filme é filme, livro é livro e cada um tem suas qualidades. Nesse caso adorei o livro quando li e gostei bastante do filme. Vale dizer que é o primeiro filme de Tom Ford, estilista de moda que se julgássemos apenas pela aparência “up to date”, barbinha de cinco dias, camisetinhas coladas ao corpo e ternos super bem cortados, não acreditaríamos que ele seria capaz de fazer um filme tão belo (não sou politicamente correto). Pois fez, e não apenas esteticamente bem feito, mas também contou com atores e trilha sonora linda que ajudaram a dar peso a essa história sensível. Julianne Moore cada vez melhor e Colin Firth perfeito no papel do professor.

Acabou o concerto do Chopin e eu também me cansei de escrever. Tive um dia puxado e vou para a cama. Levo comigo Chopin, as imagens do jardin du luxembourg ainda sem flores e um pouco do calor do sol que recebi nas costas enquanto o atravessava.

Um comentário:

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