14.3.05
CONCERTO DO MEIO AQUI MENOR.
Overture
A escassez, assim como a abundância de
sentimentos, é degenerativa.
Como sempre o meio termo seria o ideal.
Nem muito aqui, nem muito acolá.
“Ai ai ai (canta o coro uníssono) como é
desgastante equilibrar-se entre os extremos”.
1º movimento – Alegro maestoso.
Abre as asas sobre mim,
cafona e exageradamente emocional
juras de amor deslizam em colheradas
goela abaixo.
2º Movimento – Andante com motto.
De lá para cá.
Constante. 1.0 subindo a serra.
Olhos revirados para cima.
O vento quase não sopra.
O que se vê é branco e previsível.
3º movimento – Menuetto.
Ainda previsível.
O branco chama a atenção.
Sim, sim, resultado de mistura de cores.
Ninguém quer isso assim,
branco, e sem ventos.
4º movimento – Finale.
Ainda é branco o que se vê.
Sempre foi. Sempre será.
“Há, há, há, (canta o coro uníssono)
não adianta se desgastar, o meio é o
branco e sempre será.”
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