29.7.05

AMARELINHA.

Abriu a porta da minha casa como se fosse a sua.
Atravessou a sala em busca do jornal.
Antes de se sentar e começar a ler as notícias do dia
perguntou-me: “e você, está bem?”


Primeiro ouvi um grito.
Um único grito.
Alto e estridente como uma sirene.
Depois, ouvi outros gritos.
Outros. Gritos.
Não tão altos nem tão estridentes como uma sirene.


Tem um labirinto dentro da minha cabeça.
Dentro da minha cabeça tem um labirinto.
Cabeça... labirinto... dentro...


Você não me disse, mas eu adivinhei o seu desejo.
Enfiei a mão dentro do seu bolso e peguei o drops.
Nunca pensei que alguém pudesse ler os meus segredos.

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