Ontem no final da tarde voltei para casa caminhando. No caminho, para fuçar um pouco e ver as novidades, entrei em algumas livrarias ao longo do meu trajeto que começou na Brigadeiro Luiz Antonio, passou pela avenida Paulista e terminou em Higienópolis. Antes de escrever o que me impressionou negativamente, quero deixar claro que considero o livro não somente um objeto de arte, mas também um produto de consumo, e portanto entendo que ele seja tratado como tal nas livrarias. Mas o que me chamou a atenção, é que em alguns lugares além de ser mal exposto, ele também é relegado a uma posição secundária como produto. Falo dos empilhamentos em série que acabam confundindo quem está procurando por algum título ou novidade. Também é fácil notar como na ordem imaginada pelos gerentes das lojas que não vendem apenas livros, mas produtos eletrônicos, cds, dvds e afins, eles estão em último lugar em grau de importância. Normalmente estão no fundo de um corredor ou escondidos na última sala do labiríntico salão. Acho que os espaços poderiam ser um pouco mais convidativos ao freqüentador. A presença de poltronas confortáveis, luzes mais aprazíveis, e uma exposição organizada mais na vertical e menos na horizontal poderiam ajudar bastante.
As novas calçadas da Avenida Paulista facilitam a caminhada, mas são muito feias. Cruas, cinza desbotadas, sem a presença de árvores e canteiros verdes e lixeiras, deixam muito a desejar no aspecto visual. Mesmo que a justificativa para o resultado esteticamente feio delas tenha a ver com os custos, a avenida cartão postal da cidade deveria ser mais bem cuidada e agradar aos olhos dos passantes. Lembrei-me da cena da Marta Suplicy em campanha pela prefeitura anos atrás, quando ela caminhou pelo centro reclamando das calçadas e dizendo que aquilo era um lixo. Prometeu reformas, o centro se transformaria numa jóia e etc... Anos depois de sua gestão as calçadas continuam uns lixos, as ruas continuam sujas e esburacadas, uma cidade que não convida o cidadão a passear. Nada foi feito efetivamente que provocasse mudanças. Nem no governo dela, nem nos que a sucederam. Esses governantes que viajam tanto, por tantas cidades onde freqüentam congressos e reuniões internacionais, pelo jeito também por outras bandas eles devem circular apenas de carro ou helicópteros, porque se caminhassem poderiam perceber a diferença de qualidade e “importar” algo de bom para cá. O planejamento das cidades tem a ver com qualidade de vida do seu morador, menos trânsito, e conseqüentemente menos estresse e poluição reduzida. Lembrete, estamos envelhecendo: o futuro para uma grande parcela dos brasileiros já chegou, cada vez mais teremos necessidade de sentirmos acolhidos pela cidade onde moramos.
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