29.10.08

ACH, DIE LIEBE

Amor, amor, amor, amor, tudo gira em torno desse sentimento que todo mundo acha que merece vivenciar, mas que nunca nunca nunca chega e quando chega complica. E quando chega, se chega, e como chega, nunca se sabe, mas se espera, e se espera e se espera. Então vamos novamente para a mostra de cinema. “Nuvem 9” é o nome do filme. De novo alemão, não sei porque, não é de propósito, escolho pelos temas e mini resenhas do guia da folha que tenho comigo. Escolha de última hora, porque não queria ver nenhum filme político, ou trash demais, ou exótico demais, só queria distrair minha cabeça. Uma porrada no estômago, mas uma bela porrada, daquelas que além da dor ainda te faz refletir. Imagine que na pequena resenheta da folha, o filme é descrito como uma comédia dramática. Há humor sim, mas não é uma comédia dramática. De volta ao amor, também a protagonista do filme esperou muito muito muito tempo por seu amor. E ele chega. Quando ela já tem mais de sessenta anos e ele setenta e seis. Para agravar ela já tem um companheiro tão velho quanto e vive com ele há trinta anos. O que fazer? Ignorar? É possível ignorar um chamado tão forte? E há a vontade de ficar junto, fazer amor e simplesmente estar ao lado do novo amor. O amor é atemporal e é transgressor. Aquele que tentar controlar seus sentimentos se dará mal, da mesma maneira que aquele que se entregar a ele também estará condenado a sofrer. Quem já amou sabe que amar é muito parecido com sofrer de alguma coisa. Só não se sabe qual a coisa, mas há sede, há febre, há cegueira, há estupidez, há beleza, há delicadeza, há alívio, há angústia. E tudo isso fica registrado na gente, na cara da gente para todo mundo ver. E a gente não está nem aí. Quer amar. Só isso, amar. O filme fala um pouco disso, e também da dor da perda, do improvável, da coragem e da culpa que carregamos quando descobrimos que o amor é capaz de ferir (mesmo quando não é essa a nossa intenção).

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