13.4.09

QUANTO VALE, OU É POR QUILO?

Vi reportagem sobre estudante gaúcha que passou no vestibular e entrou na universidade de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, se eu não estou enganado, Santa Maria. Na hora de preencher a matrícula ela se declarou parda com o intenção de ser incluída na cota reservada para os negros. O avô é negro, a mãe branca. Muito bem. O reitor a excluiu do curso porque alegou que ela estava fraudando as regras. Diz que para ser negro não bastam os laços sanguíneos, você tem que se sentir negro, e ter sofrido discriminação, gritar aos quatro cantos que você é afro descendente. Ela diz que foi chamada pelo reitor para uma entrevista e quando perguntada se já havia sido discriminada ou coisa parecida, ela respondeu que não e que sua cor era parda. Então ele a excluiu. Não é piada. É verdade. Aconteceu, no Rio Grande do Sul. Por mais inclusiva que a medida de cotas possa ser,ela gera idiotices como essas.

Não teríamos resultados melhores se o ensino fundamental e médio fossem inteiramente reformados e custeados pelo Estado? Todo brasileiro teria igualmente uma boa escola, independente de cor, raça, religião, sexo e etc, e assim as mesmas chances de cursar uma universidade ou se preferir uma especialidade técnica. Defendo que o ensino em todos os níveis deveria ser custeado pelo Estado. Educação é dever de Estado, não tem que terceirizar. Se, por um lado hoje o ensino público fundamental e médio é de péssima qualidade, por outro lado as universidades particulares são igualmente péssimas, são empresas preocupadas apenas com os seus caixas, nada tem a ver com escolas formadoras de bons profissionais e conseqüentemente bons cidadãos. Nelas não se ensina a pensar, debater, refletir. Dentro dos trens do metrô há cartazes publicitários de faculdades onde o que se oferece não são os cursos, o foco todo da publicidade está na facilidade do pagamento, do tipo, “você paga no máximo 299,00 por mês e tem garantia de receber o diploma em 48 meses”. A educação tratada como mercadoria, e não como um bem imaterial inalienável.

Um comentário:

Marfim Cariado disse...

hey quano tempo não é mesmo! concordo plenamente! voltei a escrever em meu blog heheh depois d emuito tempo abandonado. e vc, novidades?

abrç

gus