7.6.09

AINDA VIENA

Ainda em Viena. Diferenças. O que foi e o que será. Caminho e observo, como uma esponja absorvo os sabores, cheiros, vai tudo para dentro de mim e só começo a digerir depois de algumas horas sentado sob uma LindenBaum. Não sei se essa arvore existe no Brasil, mas é linda, generosa. Não economiza sombra nem perfume.

Bebo gespritztes Weiss wein, em todas oportunidades. Uma heresia deliciosa, vinho branco misturado com água gasosa, geladíssimo, refrescante. Depois me sentei diante da ópera e assisti num telão a Edita Gruberova interpretando Lucia. Mais gordinha do que já era, mas ainda com uma belíssima voz. Uma senhora ao meu lado me disse que ela já está com 65 anos. Mas se movimenta bem e só de vez em quando desafina. Uma beleza. Gente civilizada, ninguém cruza a sua frente, nem fala alto no celular, mesmo do lado de fora do teatro, em pleno calçadão, enfim, gosto daqui, então sou suspeito.

Agora noite, conversei mais de duas horas com um sujeito num balcão de bar. O cara me contou que foi contador e adorava o que fazia. Me lembrei da Macabéia da Clarice. Nada do que ele falava era interessante, mas o entusiasmo com que ele me contou sobre sua profissão era contagiante.. Engatei na conversa e dei corda, o sujeito se animou e não parou mais. Devo ter tomado uma meia dúzia de gespritztes. Sorte que dois amigos vieram me buscar.

Amanhã vou comprar um livro que vi hoje na vitrine de uma livraria, as cartas do Proust, bilíngüe, francês/alemão. Não vejo a hora. Estou curioso para folheá-lo.

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