30.6.09

PIPOCAS

Quando voltava para casa ontem à noite, decidi entrar no cinema e assistir “Tinha que ser você”. Um filme que eu imaginava ser apropriado para a sessão da tarde pelo que já havia lido e ouvido falar sobre ele. É um pouco mais do que isso. Tem todos os ingredientes românticos e leves que caracterizam os filmes que passam nas sessões das tardes, porém com a profundidade dos filmes feitos para a gente pensar e sentir. A espinha dorsal condutora do filme é a última chance que duas pessoas de meia idade têm para se realizarem no amor e serem felizes. Apenas aparentemente. Não conheço outros filmes do diretor ou do roteirista, mas acho que a intenção dos dois também foi falar um bocadinho do acaso. As coincidências vão sendo propositadamente construídas para um encontro casual, e o filme toma rumos que parecem evidentes. Os dois protagonistas levam um bom tempo até se encontrarem. Eles nos são apresentados individualmente, cada qual com seus problemas, até que o encontro acaba acontecendo. Um só passa a enxergar o outro a partir do momento em que os dois já atingiram o fundo do posso. Antes disso eles já haviam se cruzado e não haviam se “enxergado”. Gostei dessa sucessão de acontecimentos até o verdadeiro encontro. Adiante, com mais da metade do filme, o desencontro acontece novamente, mas nesse momento os dois já têm consciência do que perderão se deixarem a chance passar. Então já não existe mais o acaso nem a coincidência, e sim a vontade de que as coisas dêem certo. Os sentimentos estão ali, a flor da pele, e você passa a torcer pelos dois. Nada que exija grandes reflexões, mas um bom filme romântico para terminar o dia. Não sou fã do Dustin Hofmann, acho ele sempre muito caricato, cabeçudo demais, e um jeito de andar meio abobado, mas ele não compromete o filme.

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