2.7.09

INDIGNAÇÃO

Poucas horas antes do Corinthians se sagrar campeão da copa do Brasil e garantir vaga na Libertadores do próximo ano, terminei de ler o livro “Indignação” do Philip Roth. O início do livro, assim como o início desse post começa falando de uma coisa para falar de outra, nos leva a crer que o romance será recheado de informações sobre a guerra da Coréia. Não deixa de falar, mas da seqüência do primeiro parágrafo até o último capítulo, fala sobre a curta e intensa vida do personagem que morreu durante a guerra. Roth é hoje um dos meus autores preferidos. Porque sabe contar uma história com competência rara no universo dos escritores vivos. Não gosto de ler romances cujos temas sejam política ou guerra, mas quando sou conduzido a esses dois temas através dos personagens, da vida intima e dos sentimentos deles, então a leitura se torna um prazer. Mal acabo de ler um livro dele e já fico ansioso pelo próximo. Gosto da fluidez, e da injeção de energia que as pequenas histórias inseridas dentro da história que ele quer contar dão aos seus romances. Vida longa para ele.

Voltando ao jogo do Corinthians. Meia hora antes do início, o sinal da minha tv a cabo deixou de funcionar. Minha frustração foi tamanha quando ouvi a moça do outro lado da linha me dizer que estavam tentando resolver o problema e que a previsão para normalizar o sinal levaria pelo menos mais cinco horas, que num momento de desespero por não poder ver o meu time se classificar para a Libertadores, perdi a compostura e mandei ela enfiar o número do protocolo onde ela bem entendesse. Fica assim confirmada a conhecida crença popular que sempre ouvi e nunca acreditei que pudesse ter sua veracidade confirmada na minha pessoa: o ser humano pode mostrar seu lado mais irracional quando o assunto é política, religião ou futebol.

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