Dar sentido a vida. Quando por algum motivo meu piloto automático se desliga (não sei como ele se desliga, talvez esteja programado para se desligar automaticamente quando percebe uma über sensibilidade), tenho a sensação de que perco um pouco a capacidade de distinguir coisas/cores/indivíduos. Ou talvez ele precise de reparos. Pausa para limpeza, manutenção e novas camadas de graxa para voltar a comandar vontades e certezas. Minha engrenagem interior (mal acostumada com a comodidade do piloto automático) precisa de um bom tempo para reagir. O trabalho de convencimento é quase um trabalho braçal. Antigas perguntas voltam a superfície. Transformar o que em que? Para que? Por que? Quem? Inevitavelmente vou bater a porta da casa da velha e boa fé. Nesses momentos ela nunca está. Bato de novo só para ter certeza. Desconfio que ela me observe através do olho mágico. Sinto um pouco de vergonha e culpa. Não deveria estar aqui, duvidar. Deve estar zangada. Não quer abrir a porta. Não vou insistir. Queria apenas tomar um café e conversar um pouco. Recuperar algumas certezas. Eu a compreendo. Sou um sujeito chato, cheio de incertezas e perguntas. Por outro lado conheço o mecanismo. Já posso afirmar que tenho vivência. Pego carona no tempo. Espero. Sentido não é direção, mas acumulo de informação e experiência.
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