Sorte minha ter comprado o livro de contos “Cine Privê” de Antonio Carlos Viana horas antes de ir para o analista. Não conhecia o autor e não sabia que teria que esperar quase duas horas até chegar minha vez de ser atendido. Li quase o livro inteirinho naquelas duas horas, com um prazer e curiosidade que somente bons autores conseguem despertar no leitor. Quase não percebi o tempo de espera. Sua escrita é concisa sem que esta concisão tenha qualquer relação com pressa. Concisa no sentido do modo como conta suas histórias. Diz tudo o que quer dizer sem meias palavras, vai direto ao assunto, sem rodeios. As histórias, mesmo as mais violentas, são muito bem elaboradas, misturam o passado dos personagens com a atualidade. Fui fisgado do primeiro ao último conto. Tive que me livrar dos personagens excêntricos para voltar a ser eu mesmo diante do analista. São essas boas surpresas que me incentivam a ler cada vez mais. E a continuar a escrever. Não sei porque ainda não criaram decalques como esses que a gente está acostumado a ver grudados nos vidros dos carros, do tipo “Jesus é a Salvação”, com a frase “Literatura é a salvação”. Tudo bem, pode não ser a salvação de todos os males, mas que minimiza a ansiedade e maximiza os horizontes ninguém pode duvidar.
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