O sol reapareceu. O mundo saiu para as ruas, e eu saí junto. Caminhei um bocado, acompanhei Sebastien nas compras, dei palpites, rodamos a cidade, tomamos café e acabamos entrando no cinema no final da tarde. Assisti “L’autre Dumas”, filme que conta a história de um período da vida de Alexandre Dumas e sua relação com o colaborador August Maquet. O filme tem Depardieu como chamativo, mas mesmo assim, não funciona. Não se aprofunda em nada, passa a margem da história e é superficial até não mais poder. Enfim, como quase tudo o que é feito hoje, não se debruça sobre a história com detalhes porque tem medo de que o espectador perca a paciência. Porque tudo tem que ser rápido, não pode se arriscar a ser chato, tem que ter ação e movimento, parecer com uma aventura e conquistar o público. O resultado: um Dumas que mais parece um conquistador de quinta, cheio de confiança e auto estima e um Maquet bobo e cheio de complexos e inveja, caricaturas feitas para agradar a todos, um mundo dividido entre o bom e o mal, o talentoso e o esforçado mas sem chances. Uma bobagem com cenas bem rodadas e belas paisagens. Não perca seu tempo.
À noite reunião de amigos na casa de um amigo de outro amigo que podia levar outro amigo. Lá fui eu a tiracolo. Não estava em meus melhores dias (ou noites) mas consegui me sentir confortável. Um senhor com quase noventa anos, da Normandia, sentou-se ao meu lado e passamos a conversar sobre milhões de assuntos. Não sei como o assunto foi parar na segunda guerra, resistência, alemães e etc... Fiz perguntas que sempre quis fazer e ainda não tinha tido a oportunidade. Medo do front? Matou alguém? Se apaixonou por alguém nessa época? Durante a conversa o sujeito me oferecia vinho toda vez que se servia. Quando seu copo estava vazio o meu ainda estava pela metade e ele completava o seu e o meu. Dessa forma acredito que ele tenha bebido o dobro que eu. Seu rosto me lembrou o de Peter, meu amigo austríaco já falecido. Muitas vezes durante a conversa imaginei que talvez Peter hoje teria a mesma aparência desse senhor, e me perguntei se teria a mesma energia. Os olhos ainda cheios de vida desse homem da Normandia me fizeram invejá-lo. Não o seu passado ou a sua vida, mas sua alegria e vontade de viver, apesar de. Não sei o que faz com que uma pessoa tenha mais brilho nos olhos do que outras. Talvez a receita seja acreditar que apesar de... Uma fórmula que poucos conseguem preparar na medida certa.
Agora de manhã preparei um boeuf borgignon para o jantar. Adoro boeuf borgignon, que é uma espécie do nosso cozido, feito com carne de segunda, jamais de primeira em razão do sabor, cozido com vinho tinto e outras especiarias. A carne deve cozinhar por duas ou três horas para amolecer e o molho engrossar. Grosseiramente falando, um gulasch refinado. Antes de servir vou preparar batatas sauté para acompanhar. Hoje acordei com fome. Bom sinal.
À noite reunião de amigos na casa de um amigo de outro amigo que podia levar outro amigo. Lá fui eu a tiracolo. Não estava em meus melhores dias (ou noites) mas consegui me sentir confortável. Um senhor com quase noventa anos, da Normandia, sentou-se ao meu lado e passamos a conversar sobre milhões de assuntos. Não sei como o assunto foi parar na segunda guerra, resistência, alemães e etc... Fiz perguntas que sempre quis fazer e ainda não tinha tido a oportunidade. Medo do front? Matou alguém? Se apaixonou por alguém nessa época? Durante a conversa o sujeito me oferecia vinho toda vez que se servia. Quando seu copo estava vazio o meu ainda estava pela metade e ele completava o seu e o meu. Dessa forma acredito que ele tenha bebido o dobro que eu. Seu rosto me lembrou o de Peter, meu amigo austríaco já falecido. Muitas vezes durante a conversa imaginei que talvez Peter hoje teria a mesma aparência desse senhor, e me perguntei se teria a mesma energia. Os olhos ainda cheios de vida desse homem da Normandia me fizeram invejá-lo. Não o seu passado ou a sua vida, mas sua alegria e vontade de viver, apesar de. Não sei o que faz com que uma pessoa tenha mais brilho nos olhos do que outras. Talvez a receita seja acreditar que apesar de... Uma fórmula que poucos conseguem preparar na medida certa.
Agora de manhã preparei um boeuf borgignon para o jantar. Adoro boeuf borgignon, que é uma espécie do nosso cozido, feito com carne de segunda, jamais de primeira em razão do sabor, cozido com vinho tinto e outras especiarias. A carne deve cozinhar por duas ou três horas para amolecer e o molho engrossar. Grosseiramente falando, um gulasch refinado. Antes de servir vou preparar batatas sauté para acompanhar. Hoje acordei com fome. Bom sinal.
Um comentário:
Sergio, que gozado eu te pedindo um diário... agora reaprendi.
beijão
Lêda.
Postar um comentário