Tem uma história querendo nascer dentro da minha cabeça. Pensei nela quando voltava da praia enquanto dirigia, mas ao contrário das últimas vezes que comecei a escrever um romance dessa vez estou com uma preguiça imensa. Estou sem vontade de sentar e escrevê-la. Escrever é cansativo, vou segurá-la dentro de mim, me preparar psicológica e fisicamente para soltá-la. Já virou lugar comum dizer que escrever é uma atividade que requer recolhimento e silêncio, mas é verdade e tenho muito respeito do início, das primeiras palavras, do organizar os pensamentos, quebrar a cabeça para transformar as idéias em uma história coerente. Tenho uma idéia geral do que quero, mas não sei por que razão fico inventando desculpas para não me sentar diante da tela. Em algum momento vou ter que apertar o botão player.
Enquanto isso, aqui em baixo, escrevo pensamentos, sentimentos, vontades, nada é sólido, nem ao menos palpável, e nem por isso irreal. A realidade é o que a gente sente, pensa e acredita, e dentro dela há ainda o que não conseguimos perceber, o fundo escuro e profundo, o outro lado da consciência, um lugar onde muito pouca gente tem coragem de entrar. De vez em quando me sinto corajoso e visito esse lugar. Entro, vasculho um pouco a desordem, abro algumas janelas e arejo o ambiente, coloco alguns objetos no lugar, jogo outros na lixeira e saio. Confesso: todas as vezes que estive lá trouxe alguma coisa dentro do bolso. Não me sinto culpado, não posso roubar a mim mesmo. No início não sei o que fazer com elas, mas depois vou encontrando utilidade para cada uma dessas coisas. Pensamentos se encaixam, sentimentos encontram eco, e as vontades vão surgindo mais leves e menos exigentes.
Enquanto isso, aqui em baixo, escrevo pensamentos, sentimentos, vontades, nada é sólido, nem ao menos palpável, e nem por isso irreal. A realidade é o que a gente sente, pensa e acredita, e dentro dela há ainda o que não conseguimos perceber, o fundo escuro e profundo, o outro lado da consciência, um lugar onde muito pouca gente tem coragem de entrar. De vez em quando me sinto corajoso e visito esse lugar. Entro, vasculho um pouco a desordem, abro algumas janelas e arejo o ambiente, coloco alguns objetos no lugar, jogo outros na lixeira e saio. Confesso: todas as vezes que estive lá trouxe alguma coisa dentro do bolso. Não me sinto culpado, não posso roubar a mim mesmo. No início não sei o que fazer com elas, mas depois vou encontrando utilidade para cada uma dessas coisas. Pensamentos se encaixam, sentimentos encontram eco, e as vontades vão surgindo mais leves e menos exigentes.
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