Começo a me organizar para mais uma temporada fora do país. Semana que vem parto novamente para Paris, vou estudar, trabalhar, e se Deus quiser acabar o livro que comecei a escrever e parei. Não tenho data para voltar. Com a proximidade da viagem vai batendo um sentimento de quero-ir-mas-também-quero-ficar. Passei o fim de semana com minha mãe na casa da praia e muitas vezes refleti sobre o custo alto que pago por me distanciar dela neste momento. Um sentimento muito parecido com o provocado pela propaganda de um cartão de crédito que passa na tv e que nos pergunta quanto custa um abraço, um beijo, um olhar carinhoso, caminhar juntos, enfim todas essas coisas simples que não são materiais ou palpáveis e que não se pode comprar. Saí de casa cedo para morar fora e desde que voltei no ano 2000, nosso relacionamento passou do natural mãe-filho para o de dois amigos que se procuram porque se confiam e se gostam. Não moramos juntos, mas estamos sempre muito próximos e essa intimidade vai me fazer muita falta. Mas tenho que ir, devo dar continuidade aos meus projetos de vida. Quando envelhecer não quero me ouvir dizendo “se tivesse feito isso ou aquilo, minha vida seria diferente”. Sei que devo tentar trilhar o meu próprio caminho, apesar do medo que essas mudanças e decisões provocam. Gosto de acreditar que sou capaz de contribuir com a realização do meu destino, de ter a sensação de que estou ajudando a escrever minha própria biografia. Mas é o medo também o que me move, não apenas as certezas. Aliás, quanto mais envelheço, mais me esforço para me livrar delas. O medo de empacar na lama pesada do cotidiano, de me sentar para sempre na poltrona cômoda que o tempo costuma nos oferecer, o medo de não esgotar todas as possibilidades. A literatura, o cinema e a arte em geral me ajudam a acreditar que é possível me reinventar. Escrever e apagar sem medo, pintar e passar uma nova camada de tinta por cima toda vez que não gostar do que pintei, moldar e derreter até perder a forma. E ela, minha mãe, mesmo sem querer o distanciamento, foi quem me ensinou que é preciso olhar para a frente, buscar outras direções.
14.6.10
O QUE FAZ VOCÊ FELIZ?
Começo a me organizar para mais uma temporada fora do país. Semana que vem parto novamente para Paris, vou estudar, trabalhar, e se Deus quiser acabar o livro que comecei a escrever e parei. Não tenho data para voltar. Com a proximidade da viagem vai batendo um sentimento de quero-ir-mas-também-quero-ficar. Passei o fim de semana com minha mãe na casa da praia e muitas vezes refleti sobre o custo alto que pago por me distanciar dela neste momento. Um sentimento muito parecido com o provocado pela propaganda de um cartão de crédito que passa na tv e que nos pergunta quanto custa um abraço, um beijo, um olhar carinhoso, caminhar juntos, enfim todas essas coisas simples que não são materiais ou palpáveis e que não se pode comprar. Saí de casa cedo para morar fora e desde que voltei no ano 2000, nosso relacionamento passou do natural mãe-filho para o de dois amigos que se procuram porque se confiam e se gostam. Não moramos juntos, mas estamos sempre muito próximos e essa intimidade vai me fazer muita falta. Mas tenho que ir, devo dar continuidade aos meus projetos de vida. Quando envelhecer não quero me ouvir dizendo “se tivesse feito isso ou aquilo, minha vida seria diferente”. Sei que devo tentar trilhar o meu próprio caminho, apesar do medo que essas mudanças e decisões provocam. Gosto de acreditar que sou capaz de contribuir com a realização do meu destino, de ter a sensação de que estou ajudando a escrever minha própria biografia. Mas é o medo também o que me move, não apenas as certezas. Aliás, quanto mais envelheço, mais me esforço para me livrar delas. O medo de empacar na lama pesada do cotidiano, de me sentar para sempre na poltrona cômoda que o tempo costuma nos oferecer, o medo de não esgotar todas as possibilidades. A literatura, o cinema e a arte em geral me ajudam a acreditar que é possível me reinventar. Escrever e apagar sem medo, pintar e passar uma nova camada de tinta por cima toda vez que não gostar do que pintei, moldar e derreter até perder a forma. E ela, minha mãe, mesmo sem querer o distanciamento, foi quem me ensinou que é preciso olhar para a frente, buscar outras direções.
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Um comentário:
para sua pergunta responder apenas uma frase posso dizer : o me faz feliz é poder histórias contar para todas as crianças que nos sábados venho encontrar .. =DD
conheça meu blog também ..
prazer, tem tem
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