21.9.11

CERCADO

Reincidentes são os dois casos que vou contar. Já aconteceram de outras maneiras antes e no mesmo lugar. Estava no cinemark do Pátio Higienópolis ontem. No meio do filme um senhor sentado na minha frente atende o celular e responde em tom assustadoramente alto que não podia falar naquele momento porque estava dentro do cinema. Por que atendeu então? Tive vontade de jogá-lo para fora da sala, mas me contive. Por respeito a sua idade e porque sofro de constrangimento passivo. É. Uma doença que aparentemente algumas pessoas têm: elas se sentem constrangidas com a ignorância e falta de sensibilidade de terceiros. Minutos depois e quase no fim do filme, três meninas sentadas ao meu lado começaram a utilizar seus celulares para mandar mensagens ou sei lá o que. A luz da telinha do celular delas passou a imperar na sala e a me incomodar. Depois de vários acende/apaga/acende/apaga e meu nível de constrangimento atingir o grau do insuportável, pedi em voz incisiva que parassem com aquilo. Não me atenderam. A solução foi ameaçá-las, ou paravam ou eu arrancaria os aparelhos de suas mãos. Saíram da sala. De onde não deveriam ter entrado se não são capazes de ficar por aproximadamente duas horas apreciando o filme sem se comunicar com amigos ou sei lá quem. Em razão da imensa falta de respeito alheio e por se acharem o centro do universo, os cinemas daqui deveriam fazer o que fazem outros por aí. Há um sistema que bloqueia a conexão dos celulares dentro dos cinemas e teatros e outros estabelecimentos que são ativados para que essa gentalha insuportável aprenda a se comportar em público. Ninguém deveria ser obrigado a ouvir conversa alheia. Eu não consigo compreender a cabeça dessas pessoas. Não consigo entender essa ausência total de respeito pelo outro, seja dentro dos lugares ou nas ruas, constantemente flagro pessoas gritando com o celular grudado na orelha, ou com esses aparelhinhos gesticulando numa clara demonstração de egoísmo e não estou nem aí para você. Não tem a ver com idade. A falta de educação é geral. E gritante.

Aliás, gritante também é o volume do som das salas do cinemark enquanto eles anunciam os filmes antes da sessão iniciar. Devem achar que porque nos bombardeiam os tímpanos a mensagem ficará gravada na nossa cabeça. A única mensagem que fica gravada na minha é de que estou ilhado, cada vez mais idiotas invadem a minha praia.

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