1.2.05

PRA VER A BANDA PASSAR...










Acabo de voltar do desfile da Banda Redonda.
Pra quem ainda não sabe (existe há 31 anos), ela
sai sempre na segunda feira que antecede a semana de
carnaval.Talvez ainda seja a única realmente original
aqui em S.P. Tem banda ao vivo com puxadores de samba.
Ainda conserva o ar dos tempos saudáveis do carnaval de rua.
Tudo começou com uma reunião de artistas. Hoje ela é
Multi-tudo. Tem gente de tudo quanto é tipo, cor, dna e
preferência sexual. Uma grande fauna humana, digamos assim.
Não seria possível defini-la, por exemplo, como GLST ou qualquer
outra coisa. Seria preciso o abecedário inteiro. Ela atravessa a cidade.
Pacificamente. Apesar da miscelânea humana e dos foliões um
pouco mais ousados. Ainda é divertida. E antes de tudo, faz
as lembranças das pessoas que eu amo muito retornarem a um tempo
no qual ainda era possível se divertir sem medo. Lembranças que
vira e mexe surgem na superfície da memória dessas pessoas e
que eu não gostaria que sumissem para sempre. É sim manifestação
popular. É sim um pedaço de nós que ecoa da boca de cada um que
lá está a cantar as velhas marchinhas de carnaval. E elas são tão
melancólicas, essas marchinhas, cantadas assim, em coro pela
multidão que se diz alegre. “Oh quanto riso, oh quanta alegria,
mais de mil palhaços no salão, a alegria está chorando pelo amor

da colombina no meio da multidão”

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