Gosto de conversar com pessoas que não conheço. Das trocas de informações ainda codificadas. Do olhar dos olhos ainda curiosos. Das palavras muito bem escolhidas. Das pequenas chaves que dou e recebo. Gosto do ser humano ainda mistério.
Hoje a tarde descobri que posso não querer conhecer uma pessoa apenas porque não gosto do jeito como ela fala ao celular.
Ou.
Não obrigado, seu relógio dourado impede que eu me aproxime de você. Talvez se.
Ou.
Posso alisar o seu braço? Só isso. Só quero alisar os pêlos do seu braço. Não precisa falar nada. Já te observei o bastante para saber que fora o seu braço e os pêlos que cobrem a pele dele, nada mais em você me interessa.
Ou.
Gosto de você de costas. De frente você me decepciona.
Não. Enquanto você estava sozinho você era tão, tão... mais interessante. Depois que passou a conversar com esses dois caras palitando os dentes, prefiro observar a bolsa feita de pele de cobra daquela mulher. Será que é verdadeira ou imitação?
Ou.
Eu me sento e não faço nada. Imagino diálogos. Imagino conversar com pessoas que não conheço. Trocar informações codificadas. Olhar nos olhos delas. Curioso. Gosto do ser humano que ainda não conheço.
2 comentários:
"Tamo junto, companheiro!"
Tem uma amiga minha que diz: "Passou a mão no cabelo dum jeito que vc ñ gosta, pronto!"
Caro Sergio, acabo de receber seu livro Contos indiscretos, eba!
Publiquei uma postagem em que falo disso. Se quiser conferir, eh intitulada 'Começou bem!'.
Feliiizzz 2009, brigada e abraço!
Ótimo! Adorei. :-))
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