3.12.08

O PODER DOS CAFONAS


Não sei quantos quilômetros eu caminhei hoje, mas foram muitos. Subi toda a avenida Angélica até alcançar a avenida Consolação e então atravessei toda a extensão da avenida Paulista até alcançar o SESC. Quando acabei o que tinha que fazer, retornei novamente a pé para meu apartamento refazendo todo o trajeto que, como disse meu querido amigo Alan, fica no “baixo Higienópolis”, porque já muito próximo da estação Marechal do metrô, e, portanto não tão chique como todo resto do bairro. Na volta já escurecia e eu pude apreciar a cafonice das decorações natalinas que enfeitam as fachadas dos prédios do bairro. Meu Deus do céu, eu gostaria de saber como/quando/quem disse que todos esses milhares de luzinhas piscando em torno dos troncos, grades, portarias, janelas, grades e batentes, são bonitas e chiques? E os pequenos veadinhos feitos de palha e arame ou papais Noel subindo escadinhas? Coroando a cafonice a fachada do shopping Higienópolis com seus ursos de pelúcia gigantes, pescando em laguinhos, virando as cabecinhas, não sei como ninguém ainda pensou em também iluminá-los ou fazê-los cantar o jingle bell. No natal a classe média brasileira tem a oportunidade de mostrar toda a sua breguice e o faz com muito talento e abundância. Fora o cenário sinto um prazer imenso em caminhar pela cidade e voltar para casa a pé. Por volta das sete e meia da noite, quando eu atravessava a consolação, a avenida Paulista, o túnel que levam os carros dela para a avenida doutor Arnaldo e a própria avenida consolação estavam intransitáveis. Tudo parado. Fileiras enormes de automóveis e ônibus parados. Enquanto isso minhas duas pernas me transportavam com rapidez pelas ruas. Não sei aonde tudo isso vai dar, quero dizer, a cafonice e o trânsito da cidade. Torço para que as pessoas deixem os carros em casa e utilizem mais os meios de transporte público e também para que revejam seus gostos. Mesmo que aparentemente distantes acho que as duas coisas andam juntas. Menos gente, menos. Caminhem mais e ao invés de comprarem tantas luzinhas comprem espelhos.

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