Entrei na Igreja de São Miguel aqui em Viena e depois de trinta e quatro anos, comunguei. Assisti a missa inteira, levantei, sentei, levantei, sentei. Deixei a macinha redonda derreter na minha boca. Da última vez fui convidado a me retirar da igreja. Estudava no Liceu Coração de Jesus e com mais dois colegas de classe fui expulso da missa por excesso de energia. Tentamos adaptar as canções religiosas ao som do rock do Led Zepellin. O padre não agüentou a brincadeira. Mas dessa vez consegui me manter concentrado. Tive apenas alguns pensamentos perversos durante a missa, mas no geral consegui parecer normal como o resto das pessoas presentes. Fiquei quietinho vendo a belíssima imagem de São Miguel incrustada no fundo da parede do altar. Um São Miguel poderoso, todo branco, corpo e asas, tudo branquinho, apenas a espada dourada, e uma dezena de infelizes sob os seus pés, desesperados, de boca aberta, de ponta cabeça, derrotados. Quando chegou a hora de comungar, entrei na fila . Não foi um ato de revanchismo. A macinha não tem gosto de nada, na igreja ortodoxa armênia ela é molhadinha, o padre mergulha ela no vinho antes de colocá-la na sua boca. Deu vontade. Pecado? Não acredito.
Um comentário:
adorei: tentar adaptar pra led zepellin uahuhauuha vc sabe q hj em dia eles realmente fazem isso?
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