17.4.10

GENÉRICO.

A vida não tem botão “pause”. Continua abrindo trilhas mesmo quando você insiste em não querer acompanhá-la floresta adentro. Não tem essa de pedir um tempo, apertar a ponta do indicador na palma da outra mão dizendo que vai dar uma paradinha e voltar logo. Não. Você pode até parar, mas ela continua, e se ainda não notou, note: dentro da sua cabeça também. Você senta, teu corpo dorme, mas ela continua abrindo trilhas dentro de você. Morros desabam, vulcões explodem, você percebe e vê tudo como se assistisse a um documentário sobre a vida num outro planeta, mas não pode parar, tem que continuar seguindo sua trilha individual, ir em frente é a proposta que veio junto do pacote quando você veio ao mundo. Então está esperando o que? Ter certeza de alguma coisa? Sentir-se seguro para tomar decisões? Medo do que virá? Ora, ora, saia dessa moldura de papel em que você se meteu. Desde quando certezas são garantias de que deu a mão para a pessoa certa? Ou de que se fizer tudo certinho (há há há) o resultado será o melhor para você? Se ficar o bicho vai te comer de qualquer jeito. Não acredite em tudo que já ouviu falar, se correr você ainda terá a chance de escapar. Subir numa árvore, esperar a fera desistir em troca de uma vítima menos corajosa (ou menos rápida). Botão “pause” é uma invenção criada pelos homens. Função placebo. Caso de polícia. Falsa sensação de que consegue fazer a vida parar. Mentira institucional. Não tem essa de pedir para sair e voltar. Estamos sempre dentro. Botão “pause” é para fracos, e você não quer ser um deles, não é?

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