17.9.10

"DISSONANTES"

Nos últimos dias corri muito, não fisicamente, mas intelectualmente. Estou muito mais ansioso que cansado, a correria foi necessária e inevitável para alguém que como eu não freqüenta o meio acadêmico e não entrava numa universidade há muitos anos. Estou correndo atrás de uma enorme defasagem, e confesso meus 48 anos também são um elemento que eu não posso deixar de mencionar como agravante nesse processo de re inclusão na vida universitária. Sinto uma felicidade imensa e só agora começo a tomar consciência da virada de vida que estou mais uma vez fazendo. Meu orientador aqui será um professor jovem, também escritor, e meu projeto de pesquisa será abrir uma discussão sobre como os acontecimentos sociais e os meios de comunicação (internet, blogs, sites,), mais a super exposição (às vezes provocada pelo próprio escritor) interferem na vida privada e na obra do escritor. Vamos ver o que vai dar.

Além de correr atrás dessa defasagem, esta semana reli meu último romance escrito entre 2005 e 2009, que eu não botava um olharzinho há algum tempo. Pois a boa notícia é que ele será publicado. Recebi um e-mail do meu editor, “Editora Mundo Editorial” que gostou dele e quer publicá-lo e nada pode me deixar mais feliz do que saber que outras pessoas terão acesso a ele. Vai sair da pasta do Word onde está salvo e ir para o mundo. Vai ser aceito ou não, amado ou odiado, criticado ou não, mas vai enfim se transformar num livro e ter vida própria. O nome por enquanto será mantido; “Dissonantes”. Então eu o reli, fiz algumas correções (não consegui me controlar) e acho que como acontece com todos os outros escritores antes de entregarem seus textos, encontrei um montão de coisas que talvez hoje eu escreveria de outra forma. Refleti bastante sobre isso e cheguei a conclusão de que devo deixá-lo exatamente como foi escrito. Em breve terei mais notícias sobre o “Dissonantes”.

Já encomendei internet/telefone/televisão para instalar no meu pequeno estúdio. As coisas são um pouco lentas aqui, mais do que no Brasil. Prometeram-me entregar em 15 dias e agora já são três semanas que estou esperando. Não adianta reclamar, nem mandar e-mail, a resposta é sempre a mesma, il faut attendre, il faut attendre. Escrevo de um cyber café, e percebo como eu também me tornei dependente dessas meios. Mas esses Cafés estão espalhados pela cidade e vão quebrando alguns galhos.

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