28.9.10

REDUNDÂNCIA PORTENHA

Assisti a mais um bom filme argentino. Dessa vez num pequeno cinema aqui no Marais chamado Le Nouveau Latina que tem duas salas. Bom filme argentino está quase virando redundância. O filme se chama “El último Verano de la Boyita” foi muito bem dirigido e muito bem roteirizado por Julia Solomonoff, é de 2009. Novamente os bons ingredientes que têm contribuído para essa redundância: sensibilidade “al dente”, no ponto certo, fotografia primorosa, atores excelentes (incluindo as crianças). O filme conta a história de duas irmãs, Luciana e Jorgelina que nesse verão passam a perder as afinidades e a não mais brincar juntas porque a primeira está entrando na adolescência. Jorgelina a mais nova das duas vai para a fazenda com o pai que está se separando da mãe. Lá Jorgelina se encontra com Mario, garoto filho dos caseiros com quem tem afinidades. A pré puberdade está batendo a porta, os corpos tanto de sua irmã como de Mario estão mudando e Jorgelina é testemunha desse mutação inevitável. A beleza do cenário e a forma como os pampas argentinos foram integrados a história é um dos pontos positivos desse belo filme. Ele tem algo de XXY, filme também argentino que de outra maneira também tratou do mesmo assunto. E uma das coisas que eu também pensei durante a exibição do filme foi que os rostos dos camponeses (pais do Mario e também o próprio Mário e outros cawboys que fazem parte do filme) me lembraram de alguma maneira os rostos dos filmes de Pasoline. Olhares áridos e sofridos que me levaram ao cineasta italiano. Boa história, bons atores, bom roteiro, boa fotografia, enfim, mais um bom filme argentino.

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