6.8.08

APERTEM OS CINTOS


Não sentir falta de alguém que ainda não se conheceu.
Não imaginar a vida no condicional.
Ser e estar. Só.

A vida em preto e branco.
No momento colorir me dá uma preguiça mo-nu-men-tal.

Acostumei-me as palavras.
As que escuto são as mesmas que digo a mim mesmo.
E escrevo. Palavras pretas, escritas sobre páginas brancas.

Não sei desenhar. A duras penas aprendi a rabiscar um oito deitado.
Deram-me um carvão vegetal e uma folha branca.
Tracei muitos oitos deitados. Tantos que já perdi a conta.
Oitos. Sobre folhas brancas.
Deitados. Ainda traço oitos deitados.

Alguém aí tem um lápis de cera para me emprestar?

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