17.8.08

TRANSPARÊNCIAS

Há dias vazios. Que são cheios de nada. Não me pergunte como isso é possível, eu não saberia explicar. Mas há dias vazios cheios de nada. São parecidos com muitas pessoas, que existem como pessoas fisicamente, mas que a reconhecemos como pessoas apenas porque moram num corpo. E esses dias amanhecem e se tornam claros e depois menos claros e vão escurecendo até se tornarem completamente escuros e terminarem. E essas pessoas aparecem mas não comparecem, ficam e não estão, e depois partem sem deixar rastros de que estiveram com a gente. Dias sem alma, pessoas sem almas.

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