13.8.08

CUSCUZ FREUDIANO


O filme “O Segredo do Grão” poderia servir de teste para paciência. Que nervoso meu Deus! Não é que o filme não seja bom. O tema é interessante, mesmo que também já explorado a exaustão. Um imigrante de origem árabe que já vive há décadas na França e que perde o emprego e resolve abrir um restaurante num barco. Lógico que esse é apenas o argumento aparente da história, embutido nela está uma discussão muito mais abrangente sobre relações interpessoais entre os membros da família e o pai, e outras histórias de amor. O amor. Sempre o amor. Seja qual for sua aparência. Mas eu não vou fazer uma crítica do filme e sim voltar ao inicio desse post. Talvez um dos filmes com mais cenas perturbadoras que eu já vi. Uma delas em especial, o choro/resmungo/desabafo da nora de origem russa para o pai e principal protagonista do filme. Essa cena deve durar uns cinco ou sete minutos, mas é excepcionalmente irritante e perturbadora, capaz de fazer você se levantar e sair da sala do cinema de tão estressante. Eu agüentei, apesar de mudar de posição na poltrona por várias vezes. Porque queria ver o final do filme (que quando vai chegando ao fim fica previsível). Mas valeu. Descobri que tenho resistência. Sou forte. Sei esperar. Assim como os convidados no barco restaurante do filme, que esperaram até o último minuto para comer o cuscuz.

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