De tempos em tempos a gente tem chance de assistir bons atores ou ouvir cantores com belíssimas vozes. É raro, mas acontece. Costumo ir ao teatro, e muitas vezes saio deles com dor de cabeça. Não sei por qual razão os atores tem que interpretar gritando. Não acho que berrar vá me fazer entender melhor uma peça. Na televisão isso também acontece, assista a qualquer capítulo de qualquer novela. Sem falar das peças onde o som que sai das caixas de som é tão alto que chega distorcido aos nossos ouvidos. Mas esse post não vai tratar de nenhuma peça teatral e sim de música. E de música erudita, clássica, antiga, romântica, como você quiser chamar, gênero constantemente decretado como morto, mas que nunca morre.
Feito o breve prefácio, vou para onde queria ir desde o inicio do post. Para a Sala São Paulo na apresentação da contralto Nathalie Stutzmann acompanhada pela pianista Inger Södergren. Rara noite. Porque não é sempre que se houve o ciclo de canções “A bela moleira” na cidade. Tenho alguns CDs dela interpretando outros compositores, Handel, Pergolesi e etc, gosto de sua voz escura e fechada, e estava curioso para ouvi-la numa sala tão grande como a São Paulo. Ouvia a terceira canção e precipitadamente achei que a escolha tanto da sala como do repertório não havia sido a mais correta. É que nas canções de tom muito baixo nas quais a voz da contralto soa muito grave, quase não consegui ouvir sua voz. E me arrisco a afirmar que o som do piano estava muito alto, ajudando a encobrir sua voz. Depois do intervalo, já mais solta e principalmente a partir de “Eifersucht und Stolz” a coisa fluiu e fez valer a noite. Não sou crítico nem pretendo ser, os comentários não passam de um atrevimento.
Antes que alguém me deixe um recado ou envie e-mail mal educado dizendo que tenho idéias ou gosto de “colonizado”, esclareço e instigo: a) por motivos diversos é fato que existem pouquíssimos talentos bem desenvolvidos e explorados dentro do universo da música erudita no Brasil, se duvidar, me prove o contrário dando exemplos e nomes e b) isso não quer dizer que não temos bons artistas ou grandes talentos, mas que investimos pouco e ainda temos uma visão “colonizada” da coisa.
Deixa a vida me levar, vida leva eu...
Feito o breve prefácio, vou para onde queria ir desde o inicio do post. Para a Sala São Paulo na apresentação da contralto Nathalie Stutzmann acompanhada pela pianista Inger Södergren. Rara noite. Porque não é sempre que se houve o ciclo de canções “A bela moleira” na cidade. Tenho alguns CDs dela interpretando outros compositores, Handel, Pergolesi e etc, gosto de sua voz escura e fechada, e estava curioso para ouvi-la numa sala tão grande como a São Paulo. Ouvia a terceira canção e precipitadamente achei que a escolha tanto da sala como do repertório não havia sido a mais correta. É que nas canções de tom muito baixo nas quais a voz da contralto soa muito grave, quase não consegui ouvir sua voz. E me arrisco a afirmar que o som do piano estava muito alto, ajudando a encobrir sua voz. Depois do intervalo, já mais solta e principalmente a partir de “Eifersucht und Stolz” a coisa fluiu e fez valer a noite. Não sou crítico nem pretendo ser, os comentários não passam de um atrevimento.
Antes que alguém me deixe um recado ou envie e-mail mal educado dizendo que tenho idéias ou gosto de “colonizado”, esclareço e instigo: a) por motivos diversos é fato que existem pouquíssimos talentos bem desenvolvidos e explorados dentro do universo da música erudita no Brasil, se duvidar, me prove o contrário dando exemplos e nomes e b) isso não quer dizer que não temos bons artistas ou grandes talentos, mas que investimos pouco e ainda temos uma visão “colonizada” da coisa.
Deixa a vida me levar, vida leva eu...
Nenhum comentário:
Postar um comentário