25.9.09

MUITA AREIA, POUCA OBJETIVIDADE

Não sou difícil de ser convencido. Seja qual for a questão, se o sujeito tiver um argumento que naquele instante é mais lógico que o meu e se ainda por cima sua idéia é inovadora e interessante eu me rendo facilmente. Difícil mesmo é me convencer de que basta mudar o ângulo da visão sobre o problema para ele deixar de existir. Não sou adepto da teoria de que tudo é relativo. Tenho uma tendência em analisar a coisa vestindo a pele de quem está fazendo o trabalho de convencimento, e é exatamente isso o que dificulta as coisas. Para o outro e para mim.

Por indicação de uma amiga, leitora voraz de qualquer coisa que caia em suas mãos, li o romance “No teu deserto” do escritor português Miguel Souza Tavares. Não conheço seus outros dois romances, sucesso de vendas, “Equador” e “Rio das Flores” então não posso comparar esse último com os outros dois. De acordo com a opinião de minha querida amiga, ela adorou os dois, por isso me recomendou a leitura. Se depender de “No teu destino” eu não vou ler os dois romances de sucesso. Não estou satisfeito. O romance se propõe a falar de amor, mas é tanto problema de alfândega e outras dificuldades que o casal protagonista é obrigado a experimentar e vivenciar durante sua viagem, que a história de amor acabou ficando em segundo plano. O que realmente importa perde espaço, entra aqui e acolá, na maior parte do tempo o leitor é obrigado a ler sobre a burocracia enfrentada pelo casal os problemas com fiscais de alfândega e policiais corruptos, o que desestimula a leitura. Não gosto de falar mal de nenhum livro, porque sei a dificuldade que é escrever, e o esforço e a dedicação necessária para a feitura de qualquer obra. Sinto muito.

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