No final de semana vi dois filmes. Um deles, uma bobagem, “De vrais mensonges” (Mentiras verdadeiras, ou algo parecido em português) com a Audrey Tautou, vá num domingo a tarde, sessão das 16 horas e esqueça que eu falei sobre o filme. Essa moça vai se perder se não parar de se auto-interpretar como uma moça boazinha, vai entrar no rol das ordinárias com voz infantilizada. Pronto, é só isso. Mas se quiser ver um filme bem feito, simples, que conta uma história mais simples ainda, vá ver “Mardi, après Noel” (terça, depois do natal), um filme que vem da Romênia, com bons atores, e que conta a história de um casal que tem uma filha de oito anos e que vai acabar se separando porque o sujeito se apaixona pela dentista da filha. O interessante é a maneira delicada como o tema separação e a passagem da perda da ingenuidade é tratada. Salvou o mal humor provocado pela Tautou e sua voz de nenê.
Voltou a fazer muito frio em Paris. A temperatura caiu para 8 graus negativos hoje. Sai de casa ainda muito cedo para ir a Sorbonne, com o dia começando a clarear. Teria preferido ficar na cama, mas não queria perder a aula de sociologia da cultura com esse professor que gosto tanto chamado Pecquignot. Três horas ininterruptas de um prazer inenarrável. Claro, objetivo e bem humorado. Marx, Michel Verret, Bourdieu, Hoggart, ele os trata com um respeito enorme, e nos apresenta esses sujeitos com um talento raro. No volta, ainda no metrô, meus pensamentos me levavam para outros lugares. O que vou fazer com tudo isso que estou ouvindo e acumulando dentro da minha cabeça? Dá para transformar o acumulo em produto e sobreviver deles? Dá para por Marx na minha vida? Porque se minha existência está diretamente ligada a minha produção, meu Deus, estou frito.
Voltou a fazer muito frio em Paris. A temperatura caiu para 8 graus negativos hoje. Sai de casa ainda muito cedo para ir a Sorbonne, com o dia começando a clarear. Teria preferido ficar na cama, mas não queria perder a aula de sociologia da cultura com esse professor que gosto tanto chamado Pecquignot. Três horas ininterruptas de um prazer inenarrável. Claro, objetivo e bem humorado. Marx, Michel Verret, Bourdieu, Hoggart, ele os trata com um respeito enorme, e nos apresenta esses sujeitos com um talento raro. No volta, ainda no metrô, meus pensamentos me levavam para outros lugares. O que vou fazer com tudo isso que estou ouvindo e acumulando dentro da minha cabeça? Dá para transformar o acumulo em produto e sobreviver deles? Dá para por Marx na minha vida? Porque se minha existência está diretamente ligada a minha produção, meu Deus, estou frito.
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