A qualidade do acabamento de um livro interfere diretamente na qualidade da leitura do texto que você está lendo. É comparável a qualidade dos ingredientes utilizados na realização de uma receita se quisermos obter um bom resultado, a ferramenta utilizada pelo artista para esculpir sua obra, ou ao afinamento do piano para que o pianista consiga extrair o melhor de seu som. Ontem fazendo hora para entrar no cinema, entrei numa livraria e comecei a fuçar os livros expostos. Encontrei o “Dias de paz em Clichy” do Henry Miller, editado pela Editora José Olympio. Paguei, enfiei na sacolinha e entrei na sala para ver o “Ensaio sobre a cegueira”. Quando cheguei em casa e resolvi começar a ler, já na primeira virada de folha, a primeira se soltou. Fiquei um pouco chateado, mas não interrompi minha leitura. Porém, não consegui ir muito além. Uma atrás da outra, elas se soltaram e o que era para ser um livro virou um monte de folhas soltas. Não tinha reparado no nome da Editora. Fui procurar na capa e me surpreendi. Sempre tive o nome José Olympio ligado a qualidade. Em todos os sentidos. O livro é mal costurado, mal colado, baratinho, de péssima qualidade. Me tirou todo o prazer da leitura. Imagine o texto que o Henry Miller faria para demonstrar sua insatisfação. Que tristeza.
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