20.9.08

TROCA TROCA PARA MELHORAR

Tenho pensado muito a respeito dos atores e de seus modos interpretativos. Porque tenho assistido a muitos espetáculos ultimamente, e de onde saio com um sentimento muito ruim sobre o que vejo. Por que uma peça pode ser tão boa e mexer tanto com a gente, e por que outras são tão decepcionantes? Lógico que o texto, a adaptação, o próprio espaço teatral, trilha sonora, tema e etc são importantes, mas os atores e atrizes são os pingos nos is dos espetáculos que vamos assistir. A quantidade de gente ruim, fazendo peças que em princípio teriam que dar certo é assustadora. Talvez fosse o caso de se fazer algumas experiências. Como por exemplo, serem dirigidos no teatro por diretores de cinema. O que daria a eles a percepção de interpretarem sem fingirem que estão interpretando. Não sei se funcionaria, mas imagino que o ator acostumado a ter as câmeras dos diretores focadas nele agiria com mais naturalidade. Sim, porque a gente percebe, e é muito ruim estar diante de um ator que constantemente mantém os braços semiabertos e os olhos fixos em algum lugar do horizonte, falando com a voz impostada com se estivesse recitando para o público ou dando passos sobre o tablado como se estivesse andando sobre areia movediça. O texto se perde, vai parar além do horizonte para onde o ator estava olhando quando recitava. Talvez os diretores de teatro, por favor não são todos, detesto generalizações, devessem transitar mais por outros universos midiáticos. Para mim o teatro é teatro quando não é fingido, isto é, quando não tenho a impressão de que as personagens que desfilam diante dos meus olhos estão encenando. Quero acreditar que Hamlet é Hamlet, que Astrov é Astrov, que Medeia é Medeia. Não quero ver o homem ou a mulher atrás das máscaras, quero apenas as máscaras e os personagens que elas representam.

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