6.9.08

UMBIGOS, NÓS, CICATRIZES

De uma situação experimentada. Eu estou do lado de fora. Observo. Uma querida amiga e um querido amigo. Duas pessoas que se amam, mãããs (tenho que lembrar do mãs da escritora gaúcha, gravado em meus sensíveis ouvidos), que não conseguem relaxar quanto ao amor que sentem um pelo outro. O que me constrange e incomoda quando os observo, é registrar que os dois não contribuem para que o amor cresça dentro deles. Há uma teimosia. Um não ceder, excesso de rigidez de postura, um não sei o que mais de vou-boicotar-o-que-sinto-por-você e assim o amor deles vai se transformando num Iceberg ameaçador a deriva no oceano que eles habitam. Não quero arriscar. Mas desconfio que o resultado será uma grande perda para os dois. Não sei. De alguma forma percebo neles a vontade de querer continuar verdes. Quero dizer, ficam no mesmo lugar e apodrecem, não amadurecem. Apenas envelhecem cronologicamente, mas o espírito continua verde. Amores possíveis, que não acontecem. Um pouco como o Brasil o país do futuro, que nunca chega porque a gente não consegue olhar para o nosso próprio umbigo e reconhecer que somos o que somos, porque nunca fazemos nada para deixarmos de ser o que somos e nos transformarmos no que desejamos ser.

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