9.9.08

PALAVRAS QUE ARREBENTAM

Encontrei Marcelino Freire a primeira vez faz alguns anos. Não era de carne e osso, e se chamava Angu de Sangue. Eu o conheci por indicação. Um amigo que cuidava da minha cabeça e de meu espírito, e que antes de me dar alta me convenceu de que sou um cara normal, me disse para comprá-lo. Não sabia nem como era seu rosto. Entrei na livraria e pedi o Marcelino. Comprei, li numa sentada, e fiquei refém da enxurrada de palavras organizadas em frases curtas e secas. Narrativa descritiva de sentimentos que também eram meus e que eu vi revelados em um novo formato. Depois li o Balé Ralé. E aí não teve mais jeito. Só saudades. Vontade de ler novas palavras, paridas de seu universo particular e que de alguma forma ficaram dentro de mim. Rasif é sua nova cria. Capa branca e bonita com gravuras de Manu Maltez (traços que me fazem lembrar do austríaco Paul Flora). Mundo tão diferente do meu, mas que eu encontro logo ali atravessando a rua, no boteco, na praça, nos vagões do metrô e que agora reconheço porque já fui apresentado. Mesmo que com nomes e rostos diferentes. Contos curtos, cada um com a língua mais afiada que o outro. Regionais universais. Duros e doces como a rapadura. Prove um só deles, só unzinho, que você vai ver! Não vai mais conseguir parar de se lambuzar.

No dia 11/9, agora na quinta feira, a partir das 19:30, na Casa das Rosas, um Sarau encerrará o IV Congresso da ABEH promovido pela USP, Governos brasileiro e espanhol. Sou um dos escritores convidados a participar do Sarau, bem como, Andréia Batista, Cidinha da Silva,Cláudia Monteiro,Cláudia Wonder, Conceição Evaristo, Flávio Amoreira, Glauco Matoso, Gustavo Vinagre, Horácio Costa, Hugo Guimarães, Juliana Bernardo, Marcelino Freire, Mirian Alves, Roberto Piva, Ronald Polito,RuiMascarenhas.

Mais informações sobre o Congresso:

http://www.abeh2008.org.br/port/abeh.asp

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