7.10.10

ENTREATOS E SUPOSIÇÕES


Desde o começo das aulas meu tempo livre ficou bastante reduzido. Tenho que ler muito, a bibliografia indicada pelos professores é bastante extensa. Além disso, os horários das aulas não são regulares, há dias em que tenho aula na parte da manhã e outros à tarde, e dias que tenho aulas antes e depois do almoço. Os livros servirão de base não apenas do conhecimento geral, mas também para trabalhos individuais, enfim, bastante puxado. Mas encontrei um tempinho para ir a Ópera, porque ninguém é de ferro e se não tiver um pouquinho de divertimento e prazer, a cabeça não descansa e aí é que a coisa não vai para frente. Assisti “Eugene Onéguine” de Tchaikovski na Bastille que é do lado de casa. Quase todo o elenco era composto de cantores russos, o que de alguma maneira garantiu um bom espetáculo, já que ele foi apresentado na língua original. Não que isso seja um pressuposto para a credibilidade da ópera, mas nesse caso o triângulo língua/expressão/sentimentos harmoniza como samba nos pés de um brasileiro. Mas uma das coisas que mais gostei nessa apresentação foi a cenário e a iluminação. Um trio de alemães que conseguiram ajudar a contar a história do prepotente e infeliz Onéguine com simplicidade e acredito também com pouco investimento. São eles Willy Decker na direção, Wolfgang Gussmann no cenário, e Hans Toelstede na iluminação. Logo que a cortina subiu fiquei impressionado com a artimanha usada para dar perspectiva e profundidade a imagem campestre e rural que o livreto escrito também pelo próprio Tchaikovski pede. E mantendo a mesmo cenário, mudando apenas a iluminação, dia e noite, sol e neve, montanha e salão de dança se tornavam críveis diante dos nossos olhos. Lógico que embalado pela bela música e áreas da ópera mergulhe fundo na história. Mas não é sempre que isso acontece, se algo não dá liga, você pode se sentir “excluído” e o espetáculo fica prejudicado.

Tenho recebido e-mails que denunciam os dois candidatos, Serra e Dilma, de todo o tipo de envolvimento ilícito ou outras acusações. Envolvimento de Serra com TFP, e Dilma sendo acusada de guerrilheira assassina são apenas dois exemplos do conteúdo desses e-mails. O conteúdo desses e-mails e as acusações podem ser verdadeiros? Sim. E podem ser falsos? Sim. O que não consigo entender é como algumas pessoas se indignam e se deixam convencer tão facilmente, sem se perguntar pelo menos uma vez se o que estão lendo é verdadeiro ou não e de onde esses e-mails podem estar vindo. Duvidar da imprensa oficial é um dever, e do que circula na internet uma obrigação. Menos gente, menos. Nem um nem outro é santo e vai fazer milagre, os dois são de carne e osso e tem partidos milionários por trás e seus múltiplos interesses. Podem me acusar do que quiserem, eu não botaria a minha mão no fogo por nenhum político, e por esses dois candidatos nem a pontinha do meu dedo.


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