Um dos livros que estou lendo da imensa lista indicada pelos professores do mestrado me trouxe algumas informações que gostaria de compartilhar com vocês. O nome do livro é “A condição literária – A vida dupla dos escritores”. O autor, Bernard Lahire, fez um grande estudo sobre o longo caminho que os autores percorrem até se aceitarem como escritores. Vou evitar os dados porcentuais da pesquisa feita pelo autor, para não encher vocês com números, e vou apenas citar alguns dados dela já que o estudo tem mais de 600 páginas. Então vamos ao que interessa.
A grande maioria dos autores por exemplo, só passa a se auto denominar “escritor” depois de muitos livros publicados e alguns prêmios recebidos, ou ainda somente depois de ter sido publicado por uma grande editora. Antes disso, mesmo que ele tenha escrito muitos livros, raramente eles se dizem escritores, na maioria das vezes quando alguém lhes pergunta se são escritores eles afirmam apenas “que escrevem”.
Se por um lado a maioria dos escritores considera o que fazem um produto de “criação”, por outro lado só uma pequena parcela deles considera que “escrever” é uma verdadeira profissão. A explicação é a péssima remuneração proveniente do “escrever”. Normalmente o segundo métier é sua fonte de renda e por isso considerado sua verdadeira profissão.
Com raras exceções todos os escritores têm o que ele chama de “segundo metier”. Essa segunda profissão muitas vezes nada tem a ver com o que ele realmente gosta de fazer, que é escrever, mas como ele não consegue viver do que escreve, tem que trabalhar para sobreviver e se transforma num sujeito muuuuuuito infeliz. As vezes se deprime a tal ponto que despiroca e abandona tudo e todos porque acha que se não escrever ele vai morrer.
Outra peculiaridade é a vida privada desses autores. Família, mulheres, maridos, casos e afins também interferem no processo de aceitação. Mas muitas vezes nem quando um desses anexos o considera escritor, ele consegue se aceitar como tal. Na verdade ele precisa de uma série de combinações para poder se olhar no espelho e dizer: sou escritor. Por exemplo, ser reconhecido por outros escritores, publicar muitos livros, receber prêmios, ser reconhecido pela mídia especializada e etc...
Normalmente o auto grau de investimento psíquico exigido todo o tempo no processo de criação, que o faz pensar sobre a escrita mesmo quando ele não está escrevendo, é determinante para a construção e aceitação de si mesmo como escritor. Outro elemento determinante na construção de sua própria imagem e aceitação é a disposição material e espacial reservada para o ato de escrever. Se faltar um desses elementos, normalmente ele também não se denomina “escritor”.
Mais de três terços deles tem constantemente a sensação de “serem interrompidos” nos seus processos de criação. Outro mesmo tanto reserva parte de seu tempo para a escrita, procura espaços silenciosos e se isola. Nesses momentos não querem ver ninguém, e toda e qualquer pessoa pode ser um fator de distração e por isso mesmo de irritação.
Para um escritor autonomia tem um critério de avaliação própria. Ela é primeiramente e antes de tudo definida a partir do controle do tempo que ele tem para se dedicar a literatura.
A grande maioria dos autores por exemplo, só passa a se auto denominar “escritor” depois de muitos livros publicados e alguns prêmios recebidos, ou ainda somente depois de ter sido publicado por uma grande editora. Antes disso, mesmo que ele tenha escrito muitos livros, raramente eles se dizem escritores, na maioria das vezes quando alguém lhes pergunta se são escritores eles afirmam apenas “que escrevem”.
Se por um lado a maioria dos escritores considera o que fazem um produto de “criação”, por outro lado só uma pequena parcela deles considera que “escrever” é uma verdadeira profissão. A explicação é a péssima remuneração proveniente do “escrever”. Normalmente o segundo métier é sua fonte de renda e por isso considerado sua verdadeira profissão.
Com raras exceções todos os escritores têm o que ele chama de “segundo metier”. Essa segunda profissão muitas vezes nada tem a ver com o que ele realmente gosta de fazer, que é escrever, mas como ele não consegue viver do que escreve, tem que trabalhar para sobreviver e se transforma num sujeito muuuuuuito infeliz. As vezes se deprime a tal ponto que despiroca e abandona tudo e todos porque acha que se não escrever ele vai morrer.
Outra peculiaridade é a vida privada desses autores. Família, mulheres, maridos, casos e afins também interferem no processo de aceitação. Mas muitas vezes nem quando um desses anexos o considera escritor, ele consegue se aceitar como tal. Na verdade ele precisa de uma série de combinações para poder se olhar no espelho e dizer: sou escritor. Por exemplo, ser reconhecido por outros escritores, publicar muitos livros, receber prêmios, ser reconhecido pela mídia especializada e etc...
Normalmente o auto grau de investimento psíquico exigido todo o tempo no processo de criação, que o faz pensar sobre a escrita mesmo quando ele não está escrevendo, é determinante para a construção e aceitação de si mesmo como escritor. Outro elemento determinante na construção de sua própria imagem e aceitação é a disposição material e espacial reservada para o ato de escrever. Se faltar um desses elementos, normalmente ele também não se denomina “escritor”.
Mais de três terços deles tem constantemente a sensação de “serem interrompidos” nos seus processos de criação. Outro mesmo tanto reserva parte de seu tempo para a escrita, procura espaços silenciosos e se isola. Nesses momentos não querem ver ninguém, e toda e qualquer pessoa pode ser um fator de distração e por isso mesmo de irritação.
Para um escritor autonomia tem um critério de avaliação própria. Ela é primeiramente e antes de tudo definida a partir do controle do tempo que ele tem para se dedicar a literatura.
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