Depois de todos as previsões astrológicas que li nesses últimos dias, não consegui extrair uma idéia unificada de como será o meu ano em 2011. O melhor a fazer é ler apenas uma das previsões e se agarrar ao que ela diz. Do contrário você pode se angustiar bastante tentando entender as múltiplas interpretações feitas pelos astrólogos. E não venha me dizer que não lê as previsões porque eu não vou acreditar. Resolvi fincar os pés no chão e cultivar a flexibilidade. Outro dia me disseram que o bambu se curva mas não quebra. Essa é a imagem que vou carregar comigo durante o ano.
Semana dura. Os professores da Sorbonne não nos deram dias de descanso. Prova hoje, prova dia 5, prova dia 10. Eu não li sequer uma linha nos últimos dias. Na minha idade é melhor estudar horas antes da prova começar. Não consigo mais reter tudo na memória. Então vai ser um misto do que já sei com o que ficar retido das leituras que farei antes da prova.
Fui assistir um concerto de órgão na Notre Dame. No programa Herbert Howells, Marcel Dupré et Jean Langlais. Gosto muito de composições feitas para órgão, mas o Howells exagerou na dissonância, depois dele Dupré e Langlais mais pareceram baladas sentimentais. Fico atento para ver se um dia consigo assistir o Réquiem de Fauré, que tem o órgão como instrumento musical principal nessa peça. Outro que compôs magistralmente para órgão foi Poulenc. Nem mesmo a maioria dos franceses conhece essas obras. Tocadas dentro de uma igreja onde a acústica é apropriada, elas tem uma força sobrenatural.
Estou lendo o último livro da Siri Hustvedt, escritora que gosto cada vez mais. Aqui, o título é “La Femme qui tremble, une histoire de mes nerfs”. Rigor intelectual e sensibilidade afinadíssimos. Ela narra suas memórias afetivas, começando com uma crise de nervos que teve quando foi fazer um discurso em memória do seu falecido pai na escola onde ele lecionou. Fala das patologias mentais, tema que já recorreu em suas ficções. Une técnica a sentimentos de maneira rara. Não sei se já foi publicado no Brasil, se foi, é uma boa leitura para esses dias moles que sobraram das rodas de pagode do reveillon.
O amor nunca vem na hora em que queremos ou como a gente imagina, porque se viesse como a gente pensou que ele viria, não seria capaz de nos surpreender e provocar o reboliço que acaba provocando. Vi um documentário que tentou explicar as condições e alterações biológicas que ocorrem no nosso cérebro e corpo quando a gente se apaixona por alguém. No final a neurologista italiana concluiu dizendo o seguinte: a gente pode saber cientificamente tudo a respeito do tema, mas quando a coisa bate, tudo volta a estaca zero, voltamos a outros tempos, onde o instinto de sobrevivência é mais forte do que o conhecimento e a razão, o coração pulsa mais rápido, o corpo se torna febril, a pele fica mais sensível, medo e coragem são uma única coisa, enfim é o amor. Adoro essa idéia de não conseguir sair da estaca zero, não conseguir controlar os impulsos, dos sentimentos se sobrepondo ao raciocínio lógico. Lógica e amor não dão muito certo, é coisa para francês que adora se auto-intitular de cartesiano, mas que cai de quatro exatamente como qualquer outro ser humano quando está apaixonado. Contrariando Decartes (je pense, donc je suis – penso, logo existo), o pensamento de Rousseau se adapta melhor aos amantes, (je suis parce que je pense à peine), que seria quase o mesmo que dizer que existo porque não penso.
Semana dura. Os professores da Sorbonne não nos deram dias de descanso. Prova hoje, prova dia 5, prova dia 10. Eu não li sequer uma linha nos últimos dias. Na minha idade é melhor estudar horas antes da prova começar. Não consigo mais reter tudo na memória. Então vai ser um misto do que já sei com o que ficar retido das leituras que farei antes da prova.
Fui assistir um concerto de órgão na Notre Dame. No programa Herbert Howells, Marcel Dupré et Jean Langlais. Gosto muito de composições feitas para órgão, mas o Howells exagerou na dissonância, depois dele Dupré e Langlais mais pareceram baladas sentimentais. Fico atento para ver se um dia consigo assistir o Réquiem de Fauré, que tem o órgão como instrumento musical principal nessa peça. Outro que compôs magistralmente para órgão foi Poulenc. Nem mesmo a maioria dos franceses conhece essas obras. Tocadas dentro de uma igreja onde a acústica é apropriada, elas tem uma força sobrenatural.
Estou lendo o último livro da Siri Hustvedt, escritora que gosto cada vez mais. Aqui, o título é “La Femme qui tremble, une histoire de mes nerfs”. Rigor intelectual e sensibilidade afinadíssimos. Ela narra suas memórias afetivas, começando com uma crise de nervos que teve quando foi fazer um discurso em memória do seu falecido pai na escola onde ele lecionou. Fala das patologias mentais, tema que já recorreu em suas ficções. Une técnica a sentimentos de maneira rara. Não sei se já foi publicado no Brasil, se foi, é uma boa leitura para esses dias moles que sobraram das rodas de pagode do reveillon.
O amor nunca vem na hora em que queremos ou como a gente imagina, porque se viesse como a gente pensou que ele viria, não seria capaz de nos surpreender e provocar o reboliço que acaba provocando. Vi um documentário que tentou explicar as condições e alterações biológicas que ocorrem no nosso cérebro e corpo quando a gente se apaixona por alguém. No final a neurologista italiana concluiu dizendo o seguinte: a gente pode saber cientificamente tudo a respeito do tema, mas quando a coisa bate, tudo volta a estaca zero, voltamos a outros tempos, onde o instinto de sobrevivência é mais forte do que o conhecimento e a razão, o coração pulsa mais rápido, o corpo se torna febril, a pele fica mais sensível, medo e coragem são uma única coisa, enfim é o amor. Adoro essa idéia de não conseguir sair da estaca zero, não conseguir controlar os impulsos, dos sentimentos se sobrepondo ao raciocínio lógico. Lógica e amor não dão muito certo, é coisa para francês que adora se auto-intitular de cartesiano, mas que cai de quatro exatamente como qualquer outro ser humano quando está apaixonado. Contrariando Decartes (je pense, donc je suis – penso, logo existo), o pensamento de Rousseau se adapta melhor aos amantes, (je suis parce que je pense à peine), que seria quase o mesmo que dizer que existo porque não penso.
3 comentários:
Un ami m'a dit qu'il avait rêvé de moi en lui offrant trois poires. J'ai cherché sur internet pour connaître la signification de ce rêve. Il y avait tant d'interprétations contradictoires que j'ai décidé de lui dire le meilleur: offre de grandes possibilités dans la vie. Donc, Sergio K, je vais choisir une destination pour moi et suivre cette direction. Denis
Viva o amor!!!
Viva o amor!!!
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