5.1.11

UM VIAGRA PARA O MEU CÉREBRO

Dois exames já ficaram para trás. Como acho que me saí? Vamos falar de outra coisa.
Faz um frio desgraçado aqui e o que eu posso dizer é que a metade da classe tossia e enxugava o nariz e a outra tentava se concentrar para escrever algo interessante na folha branca deitada sobre a carteira. Como voltar a poder se concentrar e reter as leituras na memória para depois retirá-las de lá e passá-las para o papel? Inventam tanta coisa, só não inventam ativadores de neurônios que é tudo o que eu preciso nesse momento. Mas vamos embora que tem mais pela frente e eu não quero ser atropelado pelo sentimento de que estou quase chegando a meio século de vida e que de alguma forma já devo ter vivido mais de dois terços dela. Essa sensação de que talvez não dê tempo de realizar as muitas coisas que ainda quero realizar, começa a bater a minha porta. E eu não quero abri-la, mas acontece que independente da minha vontade a realidade trata de escancará-la sozinha. Não é preciso fazer muito esforço para perceber e ver que um tempo, aquele movido muitas vezes apenas pela força de vontade, ficou no passado. O presente é menos ansioso, mas nem por isso menos urgente. E além da obrigação de continuar acreditando na vida como um baú que é preciso constantemente revirar para encontrar não importa o que se quer, existe uma cobrança interior que te pede para agir com maturidade. Bom, em muitas situações eu não sei o que isso quer dizer. O tempo aperta e diz para a gente continuar a enfiar a mão no baú. Sem medo meu filho, enfia a mão aí e remexe porque ninguém vai fazer isso por você. Então tá. A maturidade pode esperar. Apesar de passar a maior parte do tempo revirando o baú com o peso de todo o tédio do mundo nas costas, não posso negar que de vez em quando consigo pescar uns belos presentinhos lá de dentro. Antes, a sorte amiga dos novatos e inexperientes estava quase sempre presente, agora ela se mostra mais rara. Agora é preciso muito mais do que força de vontade para continuar revirando.

3 comentários:

Anônimo disse...

Vous me donne toujours de bons conseils. Je suis également dans le milieu de la vie - si je peux atteindre 90 ans - et que j'avais déjà renoncé à rechercher dans mon coffre, car je pensais que je savais déjà tout ce qu'il contient, j'ai décidé que je mettrai ma main là sans aucune expectative. Après tout, pour moi, maintenant tout est le bienvenu. Merci, Denis.

Anônimo disse...

Olá, Sergio. Vou tentar mais uma vez. Por falta de outro canal, estou tentando me comunicar pelos comentários do seu blog. Há anos tento encontrar você... sem sucesso. Sou a Sandra Kauffman - Mackenzie, a quem, bem ... se eu tiver que descrever, então não é mesmo para a gente voltar a ter contato. Por favor, escreva para mim pelo e-mail sandrakauffman@ymail.com. Gostaria muito... Beijos, Sandra

Sergio K disse...

Oi Sandra, entrei em contato com voce sim, nesse mesmo e-mail que voce me forneceu, deve ter acontecido algum problema com o recebimento. Acabo de enviar mais um e-mail para voce, se nao receber, me passe outro mail para que eu possa me comunicar com voce.
Um beijo, e vontade de saber como voce está.