22.4.11

PUNCTUM CAECUM


Tem um vazio que nunca se preenche.
Um lugar que não consigo acessar.
Um ponto cego.
Um lugar que não é receptor e nem divulgador da informação que eu gostaria de ter.
Uma região do meu cérebro onde não há luz.
Um lugar onde tudo o que está ao redor é percebido, sentido, ingerido e digerido, exceto o centro, onde eu gostaria de poder me sentar confortavelmente.

Um homem. Pode ser. O que quiser. Desde que. Não pense. Muito.

Não ouça a Rhapsódia para contralto de Brahms. Nunca. Se você quiser continuar a acreditar. Em qualquer coisa.

Ouça a Rhapsódia para contralto de Brahms. Sempre. Que quiser. Continuar a acreditar. Em qualquer coisa.

Há dois tipos de Homens. Os que amam. E os que são amados.

O cd da mezzo Kathleen Ferrier que ganhei de presente é uma regravação de um disco de vinil da década de 40. Disco raro. Eu. Você. Meu caro. Eu. Você. Que me gravou. Não deveria ter feito isso. Não deveria ter introduzido a voz dela em meus ouvidos. Não. Deveria. Ter. Introduzido sua voz em meus ouvidos. Sua voz. Mastigando biscoitos belgas. E a voz de Kathleen Ferrier cantando “Kindertotenlieder” me fizeram encontrar a criança que eu havia esquecido em algum lugar dentro de mim. Ela está morta. Morta! Kathleen Ferrier. Não. A criança. Não. A. Criança. Mon Cher. A criança.

Mais ce quoi ça?

Quoi?

Ça.

Um comentário:

LÍCIA disse...

CRUZES! FELIZ PÁSCOA!!!
BJÃO.