22.1.05
MÁQUINA DE MOER.
Chove ininterruptamente lá fora.
Ocupo o tempo como sei e posso.
Leio, escrevo, olho através da janela,
assisto a filmes que por algum motivo
não pude ou não quis assistir antes,
caminho (mesmo sob chuva) e penso:
somos todos contadores de estórias,
só alguns fazem história, mas todos
voluntária ou involuntariamente fazemos
parte dela. Inevitável. Também o rumo
de nossas vidas. Nossa, porque pensamos
que ela nos pertence, ou que somos responsáveis
por ela. Mas será? Será mesmo?
Tenho muitas dúvidas. Inúmeras.
Assisto televisão por apenas algumas horas.
Impossível não me entristecer. Por tudo.
Pelas vidas perdidas, pela pobreza de idéias,
pela divulgação do que há de pior.
Pobreza de espírito em meio a ofertas de
sub-submundos vendidos como o supra-sumo
do que há de melhor. Não sou chocólatra,
mas acabei com um saco de sonho de valsa
branco em poucos minutos. F.M. reclama
que vou engordar mais ainda. Fazer o que?
Talvez um confinamento. Uma câmara apertada
seria a solução para mim. Ajustada a meu corpo
para que ele não conseguisse se expandir.
Expansão também é um tema delicado.
Expansão e delicadeza. Palavras.
Apenas duas palavras que na maioria
das vezes caminham em direção opostas.
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