14.1.05

QUANDO EU ME CANSAR...








E quando eu me cansar,
serei então,
o homem
que sempre quis ser.
Simples,
sem desejos,
sem ambições.

Serei mais um
que atravessa a rua

a segurar o guarda chuva,
a sacola plástica do supermercado,
o filão de pão,
os cigarros,
a garrafa de aguardente.


Serei também,
um a menos que deixou de insistir,

e ainda,
um a menos
que deixou de existir.



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