Não me lembro de ouvir alguém falar em “arremeter” há alguns anos. Talvez eu não prestasse tanta atenção antes dos acidentes aéreos que acontecerem nos últimos dois anos. Mas comigo é a segunda vez em menos de seis meses que justamente o avião em que eu sou passageiro é obrigado a “arremeter. Na quarta feira chegando ao Rio de Janeiro, já estávamos quase pousando quando de repente o piloto decidiu “arremeter”. Depois disso sobrevoamos a cidade quase cinqüenta minutos antes do comandante decidir que as condições para aterrissar estavam boas. Quando pus os pés na terra a adrenalina já havia tomado conta de todo o meu corpo, e eu estava me sentindo bastante perturbado. Detesto me sentir impotente dentro de uma cápsula voadora e não saber porque ela está tremendo ou dando inúmeras voltas sobre o mar. Preferiria que os pilotos mentissem, dissessem qualquer idiotice para me acalmar. “Senhores passageiros, mudamos de idéia e decidimos sobrevoar a cidade para que os senhores possam apreciar o panorama e conhecer de cima a cidade... dentro de instantes daremos continuidade ao serviço de bordo e...” , qualquer coisa, menos “arremeter” sem aviso prévio. Fora isso, o Rio continua lindo, mesmo com chuva.
Nas minhas idas e vindas percebi que os aeroportos têm o poder de alterar o comportamento de algumas pessoas. Basta elas botarem os pés dentro do território chamado aeroporto para que elas se sintam big stars e passem a agir como se fossem especiais ou celebridades. Reparem; elas passam a falar com a voz alterada no celular, não tiram os óculos de sol mesmo quando estão fazendo o check in ou já estão dentro do avião, e fazem questão de demonstrar despojamento a tudo que é periférico. Lógico que não sabem, mas são uns jecas.
A leitura ainda está em primeiro lugar nas paradas dos meus prazeres. Mais do que isso: para mim é salvação. Se não pudesse me apegar a literatura, mergulhar em histórias, não sei o que faria comigo mesmo, talvez seria um novo serial killer, uma variedade de maníaco do parque. A leitura tem o poder de me reorganizar emocionalmente, me abstrair das pequenezas da vida e me recolocar dentro de um universo onde o que menos importa é o que penso.
Nas minhas idas e vindas percebi que os aeroportos têm o poder de alterar o comportamento de algumas pessoas. Basta elas botarem os pés dentro do território chamado aeroporto para que elas se sintam big stars e passem a agir como se fossem especiais ou celebridades. Reparem; elas passam a falar com a voz alterada no celular, não tiram os óculos de sol mesmo quando estão fazendo o check in ou já estão dentro do avião, e fazem questão de demonstrar despojamento a tudo que é periférico. Lógico que não sabem, mas são uns jecas.
A leitura ainda está em primeiro lugar nas paradas dos meus prazeres. Mais do que isso: para mim é salvação. Se não pudesse me apegar a literatura, mergulhar em histórias, não sei o que faria comigo mesmo, talvez seria um novo serial killer, uma variedade de maníaco do parque. A leitura tem o poder de me reorganizar emocionalmente, me abstrair das pequenezas da vida e me recolocar dentro de um universo onde o que menos importa é o que penso.
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