A gripe também veio me visitar, não a suína, a normal mesmo, mas é tão forte e chata quanto sua prima mexicana. Como não tenho disposição para nada a não ser para me deitar, aproveito para ler o que tenho em mãos. Gosto de intercalar a leitura, quando um livro é muito denso ou mais difícil de ler, alterno com outro mais leve. A não ser que gosto tanto do que estou lendo que não consigo parar até terminá-lo. Na semana passada resolvi que faria a releitura de “No caminho de Swan” do Proust, romance que não é nada fácil e requer dedicação e tempo. Às vezes interrompo sua leitura faço um chá e pego o “Após o anoitecer” do Haruki Murakami. Dois livros que não tem absolutamente nada a ver um com o outro. Estilos e linguagens diferentes, tempos e narrativas que se estranham. Mas independente dessas diferenças, a qualidade do escritor e do tradutor fica exposta, ainda mais quando a leitura é feita simultaneamente. Não gosto de comparar e nem acho justo, já que um escritor escreve de um jeito e outro de outro jeito. Não sei se é a tradução do Murakami, ou sua forma narrativa, fato é que ao contrário da tradução impecável feita pelo Mário Quintana para o livro do Proust, há alguns diálogos e trechos do livro do escritor japonês que são irritantes por causa da repetição e da freqüência com que se explica ao leitor quem está se dirigindo a quem. Na página 77, por exemplo, há um diálogo do tipo bate bola que é assim:
- Que legal! Exclama Komugui
- E não é que isso é possível? – diz koomugui, admirada.
- Que prático!......................... – diz Komugui.
- Tá vendo só?........................ – aconselha Kaoru.
- O céu sabe, o inferno sabe.... – conclui Komugui.
- Realmente, o melhor a fazer é... – concorda komugui.
E assim o diálogo prossegue, subestimando a capacidade do leitor de compreender quem está falando o que para quem. Qualquer revisor, ou editor sabe o quanto isso empobrece a qualidade do texto e atrapalha a leitura. Ouvi muita gente falar bem do livro e me interessei. A história é boa, os perfis dos personagens são bons, modernos e blá blá, mas assim não dá, sinto muito, para não dizer da quantidade de “nés” que têm no livro. “Não faz mal, né?”
Acho que vou abandoná-lo e começar a ler o novo livro do Santiago Nazarian, “O prédio, o tédio e o menino cego”. Ainda não comecei, mas tenho certeza que, independente de gostar ou não de sua história, não encontrarei esses obstáculos pela frente.
- Que legal! Exclama Komugui
- E não é que isso é possível? – diz koomugui, admirada.
- Que prático!......................... – diz Komugui.
- Tá vendo só?........................ – aconselha Kaoru.
- O céu sabe, o inferno sabe.... – conclui Komugui.
- Realmente, o melhor a fazer é... – concorda komugui.
E assim o diálogo prossegue, subestimando a capacidade do leitor de compreender quem está falando o que para quem. Qualquer revisor, ou editor sabe o quanto isso empobrece a qualidade do texto e atrapalha a leitura. Ouvi muita gente falar bem do livro e me interessei. A história é boa, os perfis dos personagens são bons, modernos e blá blá, mas assim não dá, sinto muito, para não dizer da quantidade de “nés” que têm no livro. “Não faz mal, né?”
Acho que vou abandoná-lo e começar a ler o novo livro do Santiago Nazarian, “O prédio, o tédio e o menino cego”. Ainda não comecei, mas tenho certeza que, independente de gostar ou não de sua história, não encontrarei esses obstáculos pela frente.
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