10.8.09

EXISTENCIALISMO

Melhorei da gripe que não era suína, mas nem por isso era menos porca. De molho o final de semana inteiro, vi alguns filmes em dvd, e acabei de ler o livro do Murakami. Apesar do início cheio de vícios, gostei da história e de como ele a conduziu até o fim. Não é fácil escrever, quem fala o contrário está mentindo. E acho que ler também exige um pouco de maturidade. Não sei bem se é maturidade a palavra certa, mas percebo que hoje tenho mais paciência/preparo/disposição para ler alguns livros que antes achava que eram chatos ou demoravam a me fisgar. Insisto mais um pouco antes de desistir, e alguns vingam, acabam me pegando.

Hoje dentro do vagão do metrô, ouvi duas moças conversarem. Uma dela falava muito mais que a outra. Incentivava a amiga, que pelo o que pude perceber estava meio deprimida, reclamava da vida. A amiga/terapeuta tentou de todos os jeitos levantar a moral de sua amiga/vítima. Argumentou. Ouviu. Argumentou. Ouviu. Depois num rompante genial, não sei se com conhecimento de causa ou por uma dessas tiradas “que vem de dentro” falou: “ o importante é você fazer alguma coisa com o que você está falando que a vida faz com você, e não ficar reclamando da vida o tempo todo”. Genial. Acho que seu argumento é muito próximo do que Sartre já disse antes. Depois disso a amiga se calou. Parou de reclamar e ficou olhando para o vazio (cheio) do vagão. E eu saí de lá com uma curiosidade insuportável. Queria tanto saber se a amiga/terapeuta leu isso em algum lugar ou tirou de dentro da barriga.

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