21.8.09

RAW FOOD

Limpando gavetas e armários, encontrei antigos originais dos livros que já publiquei. Primeira versão, segunda versão, terceira versão, quarta versão, quinta versão, sexta... Enfim, muitas versões até eles se transformarem nos livros com capas e textos como são vendidos. Sem contar as inúmeras correções que fui fazendo quando escrevia. Enquanto fazia a faxina refleti sobre essa busca constante, e nem sempre prazerosa, que me acostumei a me exigir em quase tudo que faço. Não corro atrás da perfeição. É diferente. O que é perfeito para mim pode não ser para os outros. É insistir, insistir, insistir até me dar por satisfeito. Dificilmente abandono algo no meio do caminho. Muitas vezes me canso. Nesses casos, ainda consigo me perguntar se é cansaço o que estou sentindo ou se o que estou fazendo não é bom e não tem futuro. Se for só cansaço, paro e qualquer hora recomeço, se perceber que não tem futuro, esqueço.

Gosto do frio e da cor chumbo do dia que muita gente acha feio. Melhor para caminhar, comer, beber vinho, tomar café, ir ao cinema, ler e outras atividades que a maioria das pessoas que não gosta de dias assim também não gosta.

O apressado come cru é um ditado popular que por mais que você repita a uma criança, ela não tem nenhuma condição de compreender. Não consegue relacionar a pressa com seus urgentes quereres, nem o comer cru com algo que poderia ser ainda melhor se ela soubesse esperar. Depois, muito tempo depois, quando ela já não for mais uma criança e seus cabelos deixaram de enrolar em forma de cachinhos, a chance de entender o que aquele ditado, antes insistentemente repetido, quer dizer, aumenta. Para alguns pode ser tarde demais, porque mesmo sem os cachinhos só conseguem pensar em seus urgentes quereres.

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