Matéria de destaque dos jornais parisienses, os preços dos aluguéis dos imóveis. Entre 7.000 euros (aprox. 18.000 reais) e 17.000 euros (aprox. 40mil reais) o metro quadrado, tanto para alugar quanto para comprar. Quando a maioria dos salários pagos na capital gira em torno de 1.800 euros (há muitos parisienses que nem chegam perto dessa cifra), então imagine como está caro viver aqui. E imagine ainda as dimensões do imóvel que você vai poder alugar ou comprar ganhando um salário desses. Porque além de pagar o aluguel você terá que comer, se vestir, pagar pelo transporte que usa (uma passagem de ônibus custa em torno de 1,50 euros, mais ou menos 3,45 reais). São os mais jovens que sofrem com esses valores, os mais velhos e aposentados, apesar de se queixarem pelos cantos, já garantiram seus rendimentos e moradia até o fim de suas vidas. Não pense que apesar dos altos preços há imóveis sobrando para alugar. Não. As imobiliárias anunciam de manhã e alugam ou vendem a tarde. Um chiqueirinho desses vende tão rápido quanto os faláfeis consumidos na rue des rosiers. Enquanto o mercado imobiliário ignora crise econômica e política do país, Sarkozy é cozinhado lentamente. Posso estar enganado, mas acho que no decorrer do próximo inverno ele estará pronto para ser comido. O partido socialista nem pensa em tirar férias. Dá sinais de que vai aproveitar as altas temperaturas do verão para botar mais lenha na fogueira.
“Canicule” é como os franceses denominam o calor infernal que está fazendo nesses dias, você pode traduzir como um calor do cão se quiser ou qualquer coisa parecida, o que sei é que mesmo de madrugada não há sequer uma brisa soprando, e a temperatura continua alta (duas horas da manhã o barômetro marcava 25 graus, durante o dia 38). Dormimos com todas as janelas do apartamento abertas, e a sensação é de estarmos dentro de uma estufa. Caminhar entre 13 e 18 horas é correr risco de vida. No meio da tarde as prateleiras dos supermercados onde estão expostas as bebidas geladas e sorvetes já estão vazias. A previsão é de que o canicule permaneça por tempo indeterminado. Teme-se por mortes em razão do forte calor, e eu particularmente temo pela visão dos franceses desmazelados com cara de loucos andando como zumbis pelas ruas da cidade aos bandos. Você tem que ver para crer.
Parei de ler o livro que comentei que havia ganhado outro dia. “O Tigre branco” me encheu o saco. Todo o livro é uma narrativa descritiva sobre as questões sociais e as razões pelas quais a Índia é um país como conhecemos. Sempre contado pelo viés do autor, e pelo médio conhecimento que tenho sobre o país, me parece verdadeiro. Mas me encheu o saco toda a ladainha sobre a pobreza derivada da colonização, as massas oprimidas e uns poucos que se rebelam teimosamente e apanham. Não é isso o que busco na literatura. Nos romances busco mais os perfis psicológicos dos personagens, suas vidas privadas, a forma como amam ou odeiam. Quando quero conhecer história compro um livro de história. Dei de presente o livro da Siri Hustvedt para o sujeito que me presenteou com este livro. De férias na riviera francesa ele me ligou para dizer que estava adorando o livro. Não pude dizer o mesmo. Je suis désolé.
“Canicule” é como os franceses denominam o calor infernal que está fazendo nesses dias, você pode traduzir como um calor do cão se quiser ou qualquer coisa parecida, o que sei é que mesmo de madrugada não há sequer uma brisa soprando, e a temperatura continua alta (duas horas da manhã o barômetro marcava 25 graus, durante o dia 38). Dormimos com todas as janelas do apartamento abertas, e a sensação é de estarmos dentro de uma estufa. Caminhar entre 13 e 18 horas é correr risco de vida. No meio da tarde as prateleiras dos supermercados onde estão expostas as bebidas geladas e sorvetes já estão vazias. A previsão é de que o canicule permaneça por tempo indeterminado. Teme-se por mortes em razão do forte calor, e eu particularmente temo pela visão dos franceses desmazelados com cara de loucos andando como zumbis pelas ruas da cidade aos bandos. Você tem que ver para crer.
Parei de ler o livro que comentei que havia ganhado outro dia. “O Tigre branco” me encheu o saco. Todo o livro é uma narrativa descritiva sobre as questões sociais e as razões pelas quais a Índia é um país como conhecemos. Sempre contado pelo viés do autor, e pelo médio conhecimento que tenho sobre o país, me parece verdadeiro. Mas me encheu o saco toda a ladainha sobre a pobreza derivada da colonização, as massas oprimidas e uns poucos que se rebelam teimosamente e apanham. Não é isso o que busco na literatura. Nos romances busco mais os perfis psicológicos dos personagens, suas vidas privadas, a forma como amam ou odeiam. Quando quero conhecer história compro um livro de história. Dei de presente o livro da Siri Hustvedt para o sujeito que me presenteou com este livro. De férias na riviera francesa ele me ligou para dizer que estava adorando o livro. Não pude dizer o mesmo. Je suis désolé.
Um comentário:
Tô désolé. Canicule muito caro, my berry nele.
Adoraria comer o Sarkozy no próximo inverno. Desça com o homem para os trópicos.
Desconsidere,kkk!! é a saudade...
bejão.
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