30.7.10

PLANO B

No verão aqui na França os lançamentos de novos filmes são raros e a programação na tv é ainda pior. Séries horríveis ou filminhos leves tipo sessão da tarde com Elvis Presley ou coisa parecida. Mais ou menos como no Brasil quando nos aproximamos do fim do ano e das férias escolares. São poucos os bons filmes em cartaz, a maioria tem por objetivo conquistar o público infantil, as óperas e bons concertos tiram férias e teatro agora nem pensar. Vacances, vacances, vacances, só se pensa nisso, férias de verão, praia e sol. Mas alguns atrevidos não pensam assim e lançam seus filmes mesmo com o sol a pino. É o caso de “Plan B” um filme do jovem diretor argentino chamado Marco Berger que entrou em cartaz essa semana. Sessão das 15:55, sala lotada. Um filme intimista, ou melhor, que trata do universo particular dos personagens, característica dos filmes argentinos que na maioria dos casos é sinônimo de qualidade. O filme conta a história de Bruno, que para recuperar Laura sua namorada, que está tendo um caso paralelo com Paolo desenvolve um plano maquiavélico. Os dois atores são excelentes, o que não mais me surpreende no cinema argentino, a quantidade de bons atores que eles revelam em cada novo filme tornou-se natural e evidente. Tecnicamente o filme tem essa cara de alternativo, feito em casa com poucos recursos, iluminação quase sempre estourada, planos seqüência fixos, ou muito fechados ou muito abertos e algumas cenas belíssimas de erotismo. Mas o grande mérito do filme está no roteiro bem escrito, mesmo quando por vezes durante a sessão eu pensei que algumas passagens não teriam sido necessárias e prejudicaram o andamento da história. O filme poderia ser mais ágil, não fossem algumas cenas supérfluas e excessivamente lentas, no limite, o que provoca uma certa impaciência e vontade de ter um controle remoto na mão para apressar a coisa. Também não entendi os planos seqüências fixos em que os topos dos prédios são mostrados por alguns minutos tendo como fundo sonoro o barulho abafado de aviões entre as cenas, não sei o que o diretor quis nos dizer com essas cenas. Mas voltando ao mérito do filme que é o bom roteiro, você tem que esperar até o final para entender toda a história. Sai do filme gostando dele principalmente por que ele te leva a refletir sobre as ciladas da vida, e porque valeu não ter tido um controle remoto na mão.

Um comentário:

Tatá disse...

olá Sérgio, parabéns pelo blog! excelente!

o encontrei procurando uma crítica sobre o filme argentino Plan B.

tive a oportunidade de assistí-lo no 18º Festival Mix Brasil e ao ler o seu blog me identifiquei com o seu ponto de vista.

fiz uma adaptação do seu texto e publiquei hoje, dando o devido crédito! mas caso discorde, por favor, me avise.

está em: http://brgay.blogspot.com/2011/11/plan-b.html

um abraço,

Tatá